Começa com um formigamento, que logo vira coceira. Pouco tempos depois, vem a dor e, em seguida, eclodem as bolhas, que acabam se transformando em feridas. A turma que sofre com esse problema ficará feliz com o lançamento da primeira medicação capaz de impedir a recorrência desses ataques de herpes, que trazem dor e irritação na frente do espelho.
Recém-chegada ao Brasil, a novidade do laboratório Aché já é reconhecida lá fora como uma estratégia bem-sucedida para cortar as garras do vírus do herpes. Afinal, só dá pra conter a chateação boicotando o responsável por ela – o famigerado Herpes simplex vírus, ou HSV.
Existem duas variações dele, mas quem costuma infernizar a boca é o tipo 1. A ideia por trás da fórmula desenvolvida pelo Aché é cortar o combustível que faz o vírus pipocar. O princípio ativo é o cloridrato de lisina, que freia um estímulo à multiplicação do vírus dentro das células.
A tal da lisina é um aminoácido naturalmente obtido com a alimentação por meio do consumo de leite, carnes, feijão, legumes e frutas. “Só que o medicamento aumenta em 20 vezes a concentração da molécula no corpo”, estima o dermatologista Walmar Roncalli, do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Graças a isso, o remédio se mostra eficiente tanto para encurtar o período de sintomas como para reduzir a ocorrência das crises”, completa o especialista, que é um dos responsáveis pelo estudo com o produto no Brasil.
Como funciona a nova medicação
1. O remédio, à base de lisina, aumenta a concentração desse aminoácido no sangue – ela fica 20 vezes maior do que o obtido via alimentação.
2. A vantagem de tanta lisina correndo solta é que ela vai anular o efeito de outro aminoácido, a arginina, que o vírus usa para se multiplicar.
3. O monte de lisina vai até as células infectadas e, então, o herpes perde o estímulo para replicar e atacar novamente.