É possível aparecerem sintomas da dificuldade de digestão do açúcar do leite na primeira infância, mas esse não configura um quadro comum. Às vezes, recém-nascidos prematuros levam um tempo maior até começarem a produzir quantidade satisfatória de lactase. Isso porque a enzima tem sua fabricação intensificada no trimestre final da gravidez.
A intolerância ainda pode ser consequência de uma infecção, como a provocada pelo rotavírus. Então a mucosa intestinal fica machucada, e surge a dificuldade de digerir a lactose – que desaparece quando o mal é remediado.
Em casos raríssimos, uma deficiência genética determina que a criança não é capaz de produzir um só pingo de lactase. Há registros em poucos lugares do mundo (um a cada 60 mil nascidos vivos na Finlândia, por exemplo). Aí, sim, o bebê apresenta diarreia ao ser amamentado e só poderá ser alimentado com fórmulas sem lactose.
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O leite, não custa repetir, é fundamental na formação da massa óssea, e cerca de 70% desse processo acontece até a adolescência. Então, se a criança apresentar algum indício de que não está digerindo bem a lactose, não vale suspender a bebida por conta própria sem antes consultar o pediatra para comprovar a intolerância.
Mesmo que o transtorno se confirme, nem sempre é preciso cortar os lácteos do cardápio. O especialista testará o grau do problema: em geral, o organismo suporta bem até 12 gramas de lactose por dia, o equivalente a um copo de leite. Iogurtes e coalhadas podem reforçar a cota de cálcio, porque contêm menos lactose. No entanto, recomenda-se deixar de lado receitas à base de leite condensado e creme de leite de modo a não ultrapassar a dose tolerada.