No momento em que está prestes a entrar na menopausa, lá pelos 45, 50 anos de idade, boa parte das mulheres se preocupa com sintomas imediatos desse período. Ondas de calor, falta de libido, dificuldade para dormir… Nem sempre constam nessa lista mudanças mais profundas (e silenciosas) ocorrendo nos organismo devido à queda do estrogrênio – mudanças que podem ameaçar a saúde. “Se compararmos mulheres da mesma idade, aquelas que estão na menopausa enfrentam maior risco de osteoporose, diabete e doenças cardiovasculares”, afirma o ginecologista Luciano Pompei, presidente da Comissão Nacional de Climatério da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Por isso a alimentação equilibrada, recomendada em todas as etapas da vida, ganha um papel ainda mais crucial quando a fase reprodutiva chega ao fim. Só que, se você pensa que a mulherada dá bola pra isso, em estudo brasileiro prova que está redondamente enganado. Em uma pesquisa do Instituto Fernandes Figueira (IFF/ Fiocruz), no Rio de Janeiro, que analisou o padrão alimentar de 215 voluntárias na pós-menopausa, apenas 0,9% delas seguiam um menu adequado. A dieta das participantes foi considerada pobre do ponto de vista nutricional em 16,3% dos casos. “Esperava encontrar dados em pouco melhores”, conta a nutricionista Vânia de Matos Fonseca, professora da pós-graduação em Saúde da Criança e da Mulher do IFF.
Alguns nutrientes e grupos alimentares são especialmente bem-vindos na menopausa. Conheça alguns abaixo – e bom apetite!
Frutas e cereais: eles são lotados de fibras, substâncias que favorecem o controle do colesterol e do açúcar no sangue. De quebra, fazem o intestino pegar no tranco. O café da manhã e os lanches intermediários são ótimas oportunidades para consumi-los.
Lácteos: um adulto deve consumir 1 000 miligramas de cálcio por dia. Na menopausa, porém, o valor salta para 1 200 miligramas, pelo menos. Tudo para blindar os ossos. Aposte em queijo, iogurte e leite, mas fique com as versões magras.
Gorduras boas: elas estão no azeite de oliva e em outros óleos vegetais, assim como nos peixes – atum e sardinha são exemplos. No lanche, vá de oleaginosas, como amêndoas e castanhas, que também têm gorduras positivas. O trunfo delas é que ajudam a resguardar os vasos. Só não abuse, porque são calóricas.
Leguminosas: o grupo de feijão, grão-de-bico e ervilha, cheio de fibras, também ajuda a domar o colesterol e a glicose. Sem falar que dá saciedade. E, à medida que o tempo passa, a mulher precisa diminuir o tamanho das porções – até para a barriga não saltar.