O que é Chikungunya?
Trata-se de um vírus transmitido por dois mosquitos: o Aedes aegypti (transmissor da dengue) e o Aedes albopictus, espécie existente no Brasil, mas que, ao contrário do seu primo, prefere viver nas áreas de floresta. O Chikungunya foi identificado na década de 1950, na África, porém nos últimos anos vem se espalhando para outros continentes, como Ásia, Europa e, mais recentemente, Américas do norte e central.
Ele chegou ao Brasil
Em setembro de 2014, o Ministério da Saúde confirmou os primeiros casos de transmissão do vírus no território nacional. As vítimas são um pai e uma filha, que vivem na cidade de Oiapoque, no Amapá. Nenhum deles viajou para fora do país, ou seja, a contaminação certamente ocorreu aqui.
Antes disso, no dia 9 de junho de 2014, a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo havia identificado seis casos importados de infecção pelo Chikungunya em soldados do exército brasileiro que retornaram do Haiti no dia 5 do mesmo mês. O episódio serviu de alerta para autoridades em saúde pública, já que a probabilidade de o vírus se espalhar por aqui é grande. “Como temos um fluxo considerável de pessoas vindo para o Brasil, o risco de uma epidemia é maior”, analisa a infectologista Cristiane Lamas, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia. Para complicar, temos um número considerável de mosquitos que podem transmitir o vírus.
Por que a situação preocupa
O histórico do Chikungunya é alarmante. Em todos os lugares por onde passou, ele infectou um número muito grande de pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2005, o sudeste asiático registrou quase 2 milhões de casos de infecção pelo vírus. Na Europa, os primeiros registros de transmissão desse agente infeccioso ocorreram em 2007 e, desde então, foram 197 vítimas confirmadas. Já na América central – região que, atualmente, passa por um surto da doença – 4 576 casos foram confirmados entre 2013 e 2014, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde.
Sintomas e tratamento
Os sintomas são muito semelhantes aos da dengue: febre, dores musculares, náusea e manchas vermelhas pelo corpo. No entanto, o que mais chama a atenção num quadro de Chikungunya são as dores nas articulações, que podem persistir por dias ou semanas a fio. “Não é difícil um indivíduo ser diagnosticado com o vírus num reumatologista”, conta Ivo Castelo Branco, coordenador do núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Ceará. Por isso, se tiver febre e permanecer com dores articulares por muito tempo, visite um médico.
Os sinais costumam aparecer entre quatro e oito dias após a picada. E se o mosquito tiver contato com a pessoa doente nos primeiros cinco dias depois do surgimento dos sintomas, ele contrai o vírus e passa a infectar mais gente.
Não existe um tratamento específico para o Chikungunya. Assim como na dengue, a solução é combater a febre e as dores.
Recomendações
A principal medida preventiva contra o Chikungunya é evitar viajar aos locais onde há epidemia. Se não tiver jeito, lance mão de repelentes; use calças e blusas de mangas compridas, que diminuem a área de exposição da pele, e dê preferência a quartos de hotel com aquelas telas que impedem a entrada de mosquitos.