Reportagem: Débora Mamber (/)
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Graças ao seu surpreendente desempenho no trabalho de ajudar o HDL a limpar o colesterol dos vasos sanguíneos, uma proteína conhecida como Apo A1 entrou na composição de remédios para prevenir a aterosclerose. Pesquisadores italianos da Universidade de Milão isolaram um tipo ainda mais eficiente da proteína, batizado de Apo A1 Milano. “Por meio de engenharia genética, essa proteína entrou como matéria-prima de um medicamento capaz de reduzir as placas de gordura das artérias”, explicou em entrevista à SAÚDE o cardiologista Mercalo Brentami, do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo.
Enquanto a Apo A1 parece ser a nova queridinha dos pesquisadores, uma outra proteína, a CETP, é apontada como a mais recente vilã desse enredo engordurado. Ela leva a má fama porque entra no processo de troca de colesterol entre o HDL, o VLDL e o LDL. “Os dois últimos acabam recebendo gorduras extras, o que pode representar risco para o coração”, diz o cardiologista Raul Dias dos Santos, do Instituto do Coração, em São Paulo. Tudo indica que a tal CETP está intimamente ligada a outra gangue perigosa, a dos famigerados triglicérides. Estudos mostram que, quando essas moléculas circulam aos montes pelo organismo, a proteína malfadada também aparece em grandes quantidades. Uma dica do cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni é diminuir o consumo de alimentos cheios de carboidratos refinados. Assim, por efeito indireto, o HDL desempenhará bem o seu papel.
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C-reativa: guarde esse nome. “Existem mais de 20 estudos demonstrando que os níveis de c-reativa são um fator independente e importante para prever riscos de ataque cardíaco e de derrame”, revelou à SAÚDE! o pesquisador Paul Ridker, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
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Quando um vaso sanguíneo entra num processo inflamatório, as defesas do corpo enviam uma série de substâncias para debelá-lo, deixando o trânsito naquele local mais engarrafado. A situação fica ainda mais feia quando surge o colesterol, que não consegue se livrar da confusão e acaba grudado nas paredes do vaso. Esse pequeno canal é um belo candidato a entupir, levando a um infarto ou até a um derrame.
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Em excesso, a c-reativa permitiria a proliferação de bactérias acusadas de inflamar os vasos. Mas não se sabe ao certo se a proteína tem mesmo responsabilidade na doença ou se, pelo contrário, é uma aliada do batalhão de células encarregadas das nossas defesas. Ninguém duvida, no entanto, de que ela pode fazer diferença quando as taxas de colesterol estão no limite – nesse caso, os médicos podem adotar um tratamento mais agressivo.