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Suplementos vitamínicos: uso deve ser baseado em evidências científicas

Ainda que não demandem prescrição, cápsulas, sachês e afins não devem ser utilizados sem critério. O hábito envolve riscos

Por Dan L. Waitzberg, da Nutritotal*
23 mar 2023, 18h13
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  • Que atire a primeira pedra quem nunca entrou numa farmácia e saiu de lá com algum suplemento vitamínico que prometia melhorar a imunidade, a beleza dos cabelos ou a memória.

    É verdade que os suplementos vitamínicos são produtos amplamente disponíveis no mercado, e que podem inclusive ser comprados sem prescrição médica.

    Mas seu uso envolve questões e dúvidas, principalmente quanto a real necessidade ou benefícios significativos à saúde.

    Dieta x suplementos

    Antes de você decidir tomar qualquer suplemento, é importante entender que eles não são uma solução mágica para a saúde, não substituem uma dieta equilibrada e não podem curar doenças ou impedir que elas ocorram.

    Inclusive, a maioria das pessoas consegue obter todos os nutrientes necessários para manutenção da saúde e das funções vitais por meio de uma dieta equilibrada e variada.

    + Leia também: O que é flexitarianismo

    No entanto, em determinados casos, os suplementos vitamínicos podem ser recomendados por médicos ou nutricionistas para corrigir deficiências nutricionais específicas.

    Quem pode se beneficiar do uso de suplementos vitamínicos?

    Algumas pessoas podem precisar de suplementos vitamínicos por conta de dietas restritivas (como as de emagrecimento), adoção de dieta vegetariana ou vegana ou por aumento de necessidade, como na gestação. Há ainda problemas de saúde que afetam a absorção de nutrientes – daí os suplementos são bem-vindos.

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    Vou dar um exemplo que anda bem comum: há muita gente que se submete a exames laboratoriais e descobre a deficiência de vitamina D. Com isso, a suplementação se faz necessária para proteger a saúde óssea. Nesse caso, a suplementação de cálcio também pode ser indicada.

    No caso específico de mulheres, há indicação para uso de ácido fólico no período que antecede a gestação e também durante os primeiros três meses. O objetivo é garantir o desenvolvimento adequado do bebê.

    + Leia também: Ajustes na dieta ajudam a controlar o triglicérides

    Outro grupo que se beneficia bastante da suplementação de vitaminas e minerais é o de pessoas que realizam cirurgia bariátrica. Dependendo da técnica cirúrgica utilizada, as deficiências nutricionais mais frequentes são de vitamina D, ferro e vitamina B12, nutrientes que muitas vezes precisam ser suplementados de forma contínua e a longo prazo.

    Vale destacar que nem todas as pessoas se beneficiarão da ingestão de suplementos multivitamínicos, que reúnem um monte de vitaminas e minerais. Para uma parcela, fará mais sentido recorrer a vitaminas ou minerais de forma isolada – ainda assim, com cautela.

    Aproveito para reforçar: o uso desses produtos deve sempre ser baseado em evidências científicas. Todos esses casos que citei são embasados pela ciência.

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    Daí a importância de contar com o apoio de um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação.

    Também é importante ler os rótulos cuidadosamente e consultar profissionais confiáveis para entender quais nutrientes estão contidos em cada produto e em que quantidade.

    + Leia também: Há um tipo de açúcar mais saudável?

    Há riscos associados ao uso de suplementos?

    O uso excessivo de suplementos vitamínicos pode ser prejudicial à saúde.

    O consumo exagerado de vitamina A, por exemplo, pode ser tóxico e causar danos ao fígado, além de ocasionar sintomas como dor de cabeça, náusea, tontura e problemas de visão.

    Altas doses de vitamina C, por sua vez, podem causar diarreia, problemas gastrointestinais, além de aumentar o risco de cálculos renais.

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    Veja alguns riscos associados ao uso indevido dos suplementos de vitaminas e minerais:

    Em excesso, o ferro, por exemplo, está associado a danos ao fígado, coração e pâncreas.

    Para ter uma ideia, suplementos de vitamina K são capazes de interferir na absorção de medicamentos anticoagulantes.

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    Veja o caso do zinco: altas doses dele podem interferir na absorção de cobre, um mineral importante para a saúde do sistema nervoso e imunológico.

    Outra situação clássica é a redução de absorção de ferro quando esse está associado ao cálcio.

    Em resumo, é importante lembrar que os suplementos de vitaminas e minerais não devem ser usados como uma solução rápida ou mágica para quem tem uma dieta inadequada ou estilo de vida pouco saudável.

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    A melhor maneira de obtermos nutrientes diversificados, e em quantidade suficiente, é por meio de uma alimentação equilibrada e variada.

    Se você está considerando tomar suplementos de vitaminas e minerais, é importante consultar um profissional de saúde qualificado para orientação personalizada e monitoramento constante de sua saúde.

    *Este texto foi produzido pelo Nutritotal em uma parceria exclusiva com VEJA SAÚDE

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