A intolerância pode ser transitória em razão de ataques de parasitas, de infecções e do efeito colateral de remédios no intestino. Fragilizado, ele não consegue, temporariamente, produzir a lactase. Quando essas causas são resolvidas, a mucosa intestinal se recupera, e os goles de leite deixam de ser um tormento.
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Agora, se a disfunção for herdada, ela acompanhará a pessoa para sempre. Mas a baixa na produção da enzima que quebra a lactose em galactose e glicose não se traduz obrigatoriamente em sinais de má digestão: muitos indivíduos com a tal hipolactasia do adulto passam a vida inteira usufruindo dos lácteos sem crise. Mesmo entre aqueles que já sofreram alguns dissabores ao ingerir esses produtos, às vezes uma mudança na alimentação, com maior participação de fibras, por exemplo, acaba resultando num intestino mais saudável e, assim, menos propenso a gases e cólicas, ainda que haja a presença da lactose não digerida por aquelas bandas.
Nos últimos anos, a opção pela cirurgia bariátrica como recurso para tratar a obesidade criou um novo grupo suscetível a desenvolver a intolerância. Como esse procedimento mexe com o trato gastrointestinal, pode acarretar sem querer o problema – e de forma irreversível.