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Vinho e dor de cabeça: entenda esse elo

Segundo pesquisas conduzidas por médicos brasileiros, algumas variedades da bebida são piores do que outras em matéria de cefaleia

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 out 2018, 14h01 - Publicado em 13 ago 2014, 22h00

Para as mulheres, o consumo saudável de vinho é de uma taça por dia.
Foto: PIKSEL/Thinkstock/Getty Images

Decidido a compreender melhor o elo entre o vinho e as dores de cabeça, o neurologista Abouch Krymchantowski, diretor do Centro de Avaliação e Tratamento da Dor de Cabeça do Rio de Janeiro, se incumbiu de, ao lado da também neurologista Carla Jevoux, revisar artigos a respeito publicados nos últimos 30 anos. A dupla constatou que faltam bons estudos focados na relação entre vinho e cefaleia. Mas, pelos dados disponíveis, já foi possível concluir que o tinto é o grande patrocinador de crises – independentemente da dose.

As uvas que mais causaram enxaqueca

Os pesquisadores realizaram ainda dois estudos com pessoas que sofriam de enxaqueca e relacionavam o consumo de vinho à manifestação do tormento. No primeiro trabalho, com 40 pacientes, avaliaram a capacidade de deflagrar crises entre os vinhos sul-americanos feitos com as uvas tannat, cabernet sauvignon, malbec e merlot. Perceberam, então, que a tannat foi a maior inimiga da cachola, enquanto cabernet e merlot desencadearam menos episódios de dor. O motivo recairia sobre a alta concentração de flavonoides – que também são aliados do coração – da tannat. “Mas vinhos tintos de outras uvas, mesmo bem-feitos e longevos, também podem acarretar transtornos”, lembra Krymchantowski.

No segundo experimento, os médicos compararam, em 28 voluntários, o efeito de vinhos cabernet produzidos na América do Sul e no Medoc, uma região da França. Apesar do prestígio, a versão europeia desencadeou mais episódios de enxaqueca. “Talvez isso se deva ao fato de que as uvas francesas tenham mais tanino, substância associada às crises, do que as sul-americanas”, especula Carla. Por se tratar de investigações iniciais, os pesquisadores ressalvam que não dá para cravar qual o melhor vinho do mundo nesse sentido. Mas já fica um alerta do que poderia ser evitado.

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Por que o vinho causa dor de cabeça

Segundo o nutrólogo Dan Waitzberg, do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, a própria fabricação e a preservação da bebida implicam a inclusão (ou o aparecimento) de componentes capazes de ocasionar reações como a cefaleia.

Mas vêm da uva em si as substâncias mais culpadas pelo disparo da dor, com destaque para flavonoides como os taninos e as antocianinas – uma benfeitora nos assuntos cardiovasculares. Responsáveis pelo sabor, pela cor e pela sensação que o vinho desata na boca, esses ingredientes podem, em pessoas predispostas, desarranjar a bioquímica cerebral, propiciando aquela pressão na cabeça.

Outra substância do vinho associada à enxaqueca, a tiramina, surge durante a sua fermentação. “Como os taninos, as tiraminas fazem os vasos cerebrais pulsarem com mais magnitude, provocando a dor especialmente em quem já tem essas estruturas mais sensibilizadas”, explica o neurologista Manoel Jacobsen, do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.

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Cuidados necessários na hora de consumir a bebida

Como o álcool dilata os vasos, quem costuma ter o problema deveria priorizar garrafas com menor gradação alcoólica. Segundo Jacobsen, com a idade (sobretudo após os 45 anos), as artérias passam a pulsar com menos intensidade, o que diminuiria a frequência das crises. Isso não legitima exageros, no entanto, uma vez que álcool demais leva à desidratação – e ela, por sua vez, gera dor de cabeça. O conselho dos especialistas é tomar dois copos de água a cada taça de vinho, além de se alimentar durante os goles. Contudo, se perceber que um dedinho já provoca enxaqueca, não tem jeito: procure um especialista para se tratar e se certificar de que a bebida está por trás do suplício.

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