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Toda mulher grávida deve examinar as mamas no pré-natal

Submeter-se a alguns testes durante a gestação previne problemas comuns na amamentação – e que podem inclusive afetar a saúde da mulher

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 15 abr 2019, 10h57 - Publicado em 1 ago 2018, 17h47
pré natal
Exame de mamas no pré-natal pode evitar problemas na amamentação (Foto: Getty Images/Getty Images)
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Apesar da amamentação exclusiva até os 6 meses de idade ser importante para a saúde tanto das mães quanto dos bebês, certos problemas anatômicos dos seios podem dificultar o cumprimento dessa recomendação. E é aí que entra o exame das mamas durante a gravidez.

Vamos entrar em detalhes mais pra frente, mas essa avaliação é geralmente conduzida no próprio consultório e não exige equipamentos. De acordo com Anastasio Berrettini Junior, mastologista de Bragança Paulista (São Paulo), a checagem dos seios deve ser feita desde o começo do pré-natal por dois motivos.

Primeiro, para visualizar se existe alguma alteração nas glândulas mamárias. O médico explica, por exemplo, que nódulos ou mesmo um câncer são mascarados na fase mais avançada da gravidez e no período da amamentação – em que os peitos ficam cheios de leite. E, além de afetar o bem-estar da mãe, um tumor (benigno ou maligno) pode, digamos, obstruir a saída do leite.

A segunda razão é a de que, com essa análise, o especialista consegue aconselhar melhor a mulher sobre a amamentação. “O médico não faz a orientação adequada sem antes procurar fatores que dificultam o aleitamento, como a anatomia do mamilo. Se ele é plano ou invertido, espesso ou fino… são alterações que precisamos identificar no início da gravidez”, afirma Berrettini Junior, que também é membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

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Ele continua: “As instruções são para que o bebê tenha uma pega adequada e o mamilo fique mais espesso. Assim, a mãe não corre o risco de desenvolver fissuras e, consequentemente, mastite [uma inflamação dolorosa das mamas], que é a principal causa de desmame”.

Infelizmente, segundo um estudo coordenado por Berrettini Junior, é possível que uma parcela considerável das mulheres não esteja sendo examinada como deveria. Entre 225 pacientes do Hospital Universitário São Francisco, que atende 18 cidades da região de Bragança Paulista, 60% afirmaram não terem passado por essa avaliação no pré-natal. Além disso, apenas 37 (16,4%) receberam orientações sobre aleitamento.

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Claro que não dá para estender os resultados para todo o país. Ainda assim, os dados chamam a atenção para a necessidade de abordarmos o assunto.

Como funciona o exame das mamas no pré-natal

O teste é essencialmente clínico e consiste em apalpar os seios e as axilas da mulher. Durante o procedimento, ela tira a blusa e permanece deitada. “Se notar algo suspeito, o mastologista pode pedir um ultrassom ou uma mamografia”, acrescenta Berrettini Junior.

De acordo com aquele levantamento, das gestantes que foram examinadas, 85% tiraram a parte de cima da roupa e 81% deitaram na maca. Mais: 69% e 95% delas tiveram as axilas e as mamas verificadas, respectivamente. Isso significa que certas pacientes não passaram por uma avaliação perfeita.

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Berrettini Junior ressalta a importância de observar os seios uma vez a cada trimestre da gravidez. “Até porque, após o nascimento da criança, temos uma dificuldade maior de encontrar eventuais problemas, já que as mamas se tornam cheias de leite”, conclui.

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