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Tadalafila e sildenafila: os riscos e efeitos colaterais do uso sem prescrição

Apesar de amplamente utilizados, os inibidores de PDE5 exigem avaliação médica criteriosa para garantir segurança e evitar consequências graves à saúde

Por Charles Rosenblatt, urologista da Brazil Health*
24 abr 2025, 14h26
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Tadalafila é utilizada no tratamento da disfunção erétil (Foto: jcomp/Freepik/Divulgação)
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O uso indiscriminado de tadalafila e sildenafila, ambos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5i), pode acarretar diversos riscos à saúde, conforme descrito na literatura médica.

Esses medicamentos são comumente utilizados para tratar disfunção erétil (DE) e, no caso da tadalafila, também para hipertensão arterial pulmonar (HAP) e hiperplasia prostática benigna (HPB).

Os efeitos adversos mais frequentemente relatados incluem dispepsia (indigestão), cefaleia, rubor, dor nas costas, congestão nasal, mialgia, distúrbios visuais e tontura.

Esses efeitos tendem a seguir um padrão de dose-resposta, ou seja, a frequência e a gravidade aumentam com doses mais altas.

+Leia também: Disfunção erétil: novos tratamentos e terapias inovadoras

Interações perigosas e riscos cardiovasculares

Um risco significativo associado ao uso de tadalafila e sildenafila é a interação com medicamentos à base de nitrato, que pode causar uma queda abrupta na pressão arterial. Portanto, homens que utilizam nitratos regularmente não devem usar esses medicamentos.

Além disso, a combinação com alfa-bloqueadores, anti-hipertensivos ou grandes quantidades de álcool pode levar à hipotensão.

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Outro risco importante é o desenvolvimento de priapismo, uma ereção prolongada que pode causar danos irreversíveis ao tecido erétil se não tratada prontamente.

Pacientes com condições predisponentes, como anemia falciforme, mieloma múltiplo ou leucemia, ou com deformações anatômicas do pênis, estão em maior risco de priapismo.

Há também relatos de perda súbita de visão, associada à neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NAION), e perda súbita de audição. Embora a relação causal direta não esteja estabelecida, pacientes com fatores de risco subjacentes devem utilizar esses medicamentos com cautela.

É igualmente essencial considerar o estado cardiovascular dos pacientes, já que a atividade sexual por si só pode representar risco para pessoas com condições cardíacas graves. Para esses indivíduos, o uso de inibidores da PDE5 pode ser contraindicado.

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Uso recreativo e riscos emocionais

Pacientes que utilizam esses medicamentos sem indicação médica podem desenvolver uma dependência psicológica, acreditando que não conseguem ter um desempenho sexual satisfatório sem o uso de inibidores de tadalafila ou sildenafila. Isso pode levar à diminuição da autoconfiança e ao aumento da ansiedade relacionada ao desempenho sexual.

O uso recreativo pode ainda mascarar problemas subjacentes de saúde física ou mental que requerem avaliação profissional. Em alguns casos, pode exacerbar a ansiedade de desempenho. Estudos indicam que a confiança na própria capacidade erétil é um fator determinante para o uso recreativo, sugerindo que o uso frequente pode gerar um ciclo de insegurança e insatisfação.

Embora a literatura médica não classifique a tadalafila como substância causadora de dependência física, é fundamental que seu uso seja acompanhado por um profissional de saúde.

Consequências e impacto na qualidade de vida

Os efeitos adversos físicos, como o priapismo, podem ter consequências emocionais importantes. A vivência de uma emergência médica pode ser traumática e gerar medo em relação a futuras experiências sexuais. Da mesma forma, o receio de eventos cardiovasculares pode aumentar a ansiedade e impactar o bem-estar emocional.

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Portanto, a avaliação médica prévia é indispensável antes da prescrição de tadalafila ou sildenafila, especialmente em pacientes com comorbidades ou em uso de outras medicações. O uso consciente e monitorado desses medicamentos é essencial para garantir a segurança, evitar complicações e preservar a saúde integral do paciente.

*Charles Rosenblatt é médico urologista, membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Rede D’Or São Luiz

(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

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