Desconforto visual, incômodo ao piscar, ardência ocular, vermelhidão e coceira são alguns dos sinais da síndrome do olho seco. Cada vez mais comum, o problema ganha espaço com o aumento do tempo de uso de telas, a baixa umidade do ar e a exposição à poluição.
O tratamento do problema — que afeta cerca de 30 milhões de brasileiros, em especial os com mais de 40 anos — é realizado principalmente com a aplicação de lágrimas artificiais ou colírios, além de medidas comportamentais, como os descansos das telas.
Pois acaba de chegar ao mercado um reforço a esse arsenal, uma máscara descartável que promove o aquecimento suave e úmido das pálpebras. A promessa é, com isso, facilitar a lubrificação dos olhos.
Desenvolvido pela Zeiss Vision, o produto atinge temperatura agradável no contato com a pele, que se mantém estável, em torno de 40ºC, por até 15 minutos.
“O calor local gerado por essas máscaras tem o efeito anti-inflamatório, tratando a disfunção e facilitando a drenagem das glândulas de meibomius, que produzem secreção sebácea e ficam localizadas próximas aos cílios. Assim, promovem a remoção mais eficiente de crostas das pálpebras e cílios, que podem acumular, levando à inflamação e à doença da superfície ocular, como a meibomite e a blefarite, principais causas do olho seco evaporativo”, afirma Ione Alexim, médica oftalmologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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Semelhante ao funcionamento das tradicionais compressas mornas, a ferramenta é eficaz, segundo o fabricante, no estímulo à produção das glândulas lacrimais.
“É um produto testado e homologado como um tratamento complementar para pessoas que têm olho seco. Não substitui o colírio, mas auxilia na produção da lágrima a partir da temperatura correta”, afirma Paula Queiroz, diretora de marketing da Zeiss Vision.
A frequência ideal de utilização varia de acordo com a intensidade do quadro. Com média de uma a duas vezes por semana ou a cada 15 dias. O produto é comercializado em caixas de 4 ou 10 unidades, por R$ 45 e R$ 100, em canais digitais e unidades físicas da Zeiss.
O que causa a síndrome do olho seco?
A síndrome do olho seco é associada a uma diminuição na produção das lágrimas, que provoca secura, irritação e vermelhidão. O quadro é descrito por pacientes como uma sensação de poeira ou areia nos olhos.
“As pessoas mais vulneráveis são idosos, aquelas muito expostas ao uso de telas ou que têm alguma doença de superfície ocular”, diz Ione.
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) destaca que o problema também pode ser causado por fatores como alterações hormonais decorrentes da menopausa, o uso de lentes de contato gelatinosas com frequência e a blefarite, condição inflamatória que afeta as margens das pálpebras (saiba mais aqui).
O diagnóstico pode ser feito com uma câmera que emite luz infravermelha para avaliar sem interferências na superfície do olho as três camadas da lágrima.
“O paciente consegue ver pelo exame qual a real condição do filme lacrimal e isso tem estimulado a adesão ao tratamento”, pontua o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
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A falta de tratamento pode levar ao agravamento da situação, favorecendo o surgimento de alergia, conjuntivite, inflamações e lesão na córnea, principalmente entre pessoas que usam lentes de contato ou que possuem ceratocone, doença degenerativa que afina a córnea.
A prevenção inclui beber água com frequência, fontes de ômega-3 na dieta, proteger os olhos contra vento, poeira e fumaça e evitar o estresse.