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Novo surto de ebola: o que você deve saber sobre esse vírus

A República Democrática do Congo apresenta um surto de ebola. Saiba o que é essa doença, como ela se transmite e se há risco de se espalhar pelo mundo

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 16 fev 2021, 12h41 - Publicado em 3 jun 2020, 14h59

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou, no dia 1º de junho, que a República Democrática do Congo apresentou um novo surto de ebola em uma região da cidade de Mbandaka. Os novos casos dessa doença grave chegam em paralelo à pandemia de coronavírus (Sars-CoV-2) e a uma disseminação exponencial do sarampo naquele país.

“Esse é um lembrete de que a Covid-19 não é a única ameaça à saúde que as pessoas enfrentam”, disse o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, em comunicado à imprensa.

Diante da situação, fomos atrás de respostas para uma dúvida relevante que surge nessas horas: é possível que o vírus se espalhe pela África, para outros continentes e para o Brasil?

Também recorremos ao Google, que disponibilizou exclusivamente para Veja Saúde as questões mais buscadas no nosso país sobre o tema: como surgiu o ebola? Como ele é transmitido? E, afinal de contas, o que ele é?

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Confira:

Esse vírus pode se espalhar pelo mundo?

Seis casos de ebola foram reportados na cidade de Mbandaka no dia 1º de junho — quatro morreram. De acordo com a OMS, é provável que mais pessoas recebam o diagnóstico com o reforço no sistema de vigilância que foi incorporado em decorrência do novo surto.

“Sempre há esse medo de uma disseminação a outros países na África, o que já ocorreu no passado recente. O controle vai depender muito da efetividade de políticas de restrição de movimentação e da vacinação”, argumenta o virologista Fernando Spilki, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV).

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Mas, se há uma vacina, por que surtos continuam ocorrendo? Spilki dá uma explicação: a perda de confiança nessa estratégia. “Foram reportados boatos relacionados à vacina, especialmente na República Democrática do Congo, em virtude de surtos locais e da influência de líderes políticos e religiosos”, diz.

Essa desconfiança, a escassez de recursos e a dificuldade de acesso aos sistemas de saúde geram uma baixa adesão ao imunizante, deixando a população suscetível à enfermidade.

Se o ebola já causou estragos severos no continente africano — entre 2014 e 2016, ele matou 11 mil pessoas na África Ocidental —, seu impacto no resto do globo se resume a alguns poucos casos. No passado, Espanha e Estados Unidos reportaram episódios isolados, por exemplo.

“A disseminação a outros continentes até o presente momento sempre foi adequadamente contida pelo isolamento dos indivíduos doentes”, afirma Spilki.

Há uma preocupação com uma eventual sobrecarga do sistema de saúde da República Democrática do Congo, o que favoreceria o avanço do ebola. Até o dia 2 de junho, o país reportou 3 194 casos confirmados de coronavírus, com 71 mortes — os números devem ser maiores por causa da subnotificação.

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Acima disso, essa nação enfrenta uma grave proliferação do sarampo. “Desde o ano passado, foram mais de 350 mil pessoas afetadas, causando ao redor de 7 mil óbitos”, calcula Spilki.

Por outro lado, a própria Covid-19 reduziu muito a quantidade de viagens aéreas internacionais. Com isso, o risco de pessoas infectados com o ebola chegarem a outros continentes (e em especial ao Brasil) cai consideravelmente.

Como se pega o ebola?

Está aí uma das questões mais buscadas no Google por brasileiros a respeito desse vírus nos últimos dias. O ebola pode invadir o organismo de alguém que come carne contaminada (morcegos são os hospedeiros primários) ou ao entrar em contato com fluidos corporais de um indivíduo infectado. Estamos falando de sangue, muco, saliva, suor, sêmen, fezes…

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Esse vírus tem menor capacidade de transmissão em comparação com o Sars-CoV-2, por exemplo. O R0 do ebola — o número de novas infecções que cada caso provoca — varia de 1,5 a 2. Ou seja, sem quaisquer medidas de prevenção, cada indivíduo com esse inimigo no corpo o repassaria para uma ou duas pessoas, em média. Já o R0 do novo coronavírus fica ao redor de 3, de acordo com Fernando Spilki.

O maior risco fica por conta dos profissionais de saúde, com pessoas que atuam nos funerais desses pacientes e com os familiares.

O que é ebola?

Estamos falando de um agente infeccioso do gênero Ebolavirus. A letalidade chega a atingir 90% em alguns cenários — trata-se de uma doença muito grave, portanto.

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Os principais sintomas são febre, dores de cabeça intensas, vômito, diarreia e hemorragias. Por manifestar sinais tão severos, fica mais fácil identificar seus hospedeiros e separá-los do resto da população, o que minimiza o risco de transmissão. A título de comparação, os vírus da gripe e da própria Covid-19 podem apresentar sinais leves em boa parte dos infectados, que então continuam circulando por aí e transmitindo a doença.

Não há um tratamento específico para o ebola. Os médicos isolam os enfermos, lidam com os sintomas e as complicações e fazem de tudo para manter o corpo preparado para debelar a infecção.

Como surgiu o ebola?

O surto atual de ebola é o 11º a atingir a República Democrática do Congo, de acordo com a OMS. O vírus foi descoberto nesse mesmo país, em 1976, próximo ao rio Ebola. Daí seu nome.

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