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Uso de IA por médicos pode diminuir habilidade de detectar câncer, diz estudo

Pesquisa sugere que assistência de rotina com inteligência artificial pode levar à perda de habilidades em médicos que realizam o procedimento

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 ago 2025, 14h16 - Publicado em 13 ago 2025, 14h12
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A pesquisa observacional considerou 1 400 colonoscopias (PonyWang/Getty Images)
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A inteligência artificial (IA) é considerada uma revolução na área da saúde, e já ajuda a interpretar e organizar dados, reduz filas de espera, otimiza atendimentos, participa da pesquisa de novos medicamentos e facilita diagnósticos.

Quando o assunto é oncologia, não é diferente. Estudos sugerem que a assistência da ferramenta pode ser útil no apoio da detecção de alguns tipos de câncer ao analisar com mais precisão achados de exames. Parece muito promissor, mas a ciência segue dando seus passos em busca de novas evidências.

Um novo estudo, publicado nessa terça-feira, 12, na revista científica Lancet Gastroenterology & Hepatology, aponta que a implementação da IA na rotina hospitalar pode levar à diminuição da capacidade dos profissionais médicos, com impactos para o quadro clínico dos pacientes.

A pesquisa observacional considerou 1 400 colonoscopias realizadas após a introdução da IA em diferentes instituições como apoio ao diagnóstico. Meses após a implementação da tecnologia, a taxa de detecção de sinais pré-cancerosos no cólon por profissionais de saúde experientes em colonoscopias diminuiu 20% (variando de 28,4% a 22,4%) quando não assistidos por IA.

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O médico colonoscopista Mauro Picolo, do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, considera inevitável que a inteligência artificial chegue aos exames endoscópicos. E avalia que o novo artigo não traz evidências de um retrocesso.

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“Esse estudo mostrou que, quando usa a tecnologia da IA, o médico é capaz de detectar mais pólipos, ou seja, fica mais eficaz. E, quando privado dessa tecnologia, o profissional costuma encontrar menos pólipos, perdendo um pouco a eficiência. No meu entendimento, não é caminhar para trás”, diz Picolo.

Os próprios autores ressaltam que o trabalho apresenta limitações devido à natureza observacional do estudo. Análises complementares são necessárias para elucidar de que maneira a IA pode afetar a habilidade dos especialistas.

“Esse tipo de análise observacional traz alguns pontos criticáveis, como utilizar apenas um único tipo de programa de IA. Outro ponto é que é um estudo multicêntrico, então os serviços podem ter tido diferenças na seleção de pacientes e no perfil dos profissionais”, pontua Picolo.

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A avaliação englobou quatro centros de colonoscopia na Polônia, entre setembro de 2021 e março de 2022. O uso regular da ferramenta de inteligência foi introduzido nas unidades no final de 2021. Após esse período, o procedimento continuou sendo feito aleatoriamente com ou sem assistência de IA.

No recorte de tempo estudado, as colonoscopias foram realizadas por 19 endoscopistas experientes, que, realizaram mais de 2 000 colonoscopias cada, ao longo do tempo.

“Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a sugerir um impacto negativo do uso regular de IA na capacidade dos profissionais de saúde de realizar uma tarefa relevante para o paciente em qualquer tipo de medicina. Nossos resultados são preocupantes, visto que a adoção da IA na medicina está se espalhando rapidamente”, afirma um dos autores do estudo, Marcin Romańczyk, da Academia da Silésia, da Polônia, em nota.

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Em um momento de aumento no número de casos de câncer de intestino, doença que tem afetado também pessoas com menos de 50 anos, a precisão da colonoscopia se faz fundamental.

A partir da técnica, endoscopistas podem identificar e remover tumores benignos, chamados adenomas, prevenindo o desenvolvimento do câncer de cólon e reto no futuro.

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