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Hipertensão: como reconhecer, prevenir e tratar

Na data mundial dedicada à conscientização sobre a doença, especialistas alertam sobre a importância de manter as medidas sob controle

Por Abril Branded Content
Atualizado em 6 jun 2022, 18h29 - Publicado em 17 Maio 2022, 11h23
Dasa
 (Dasa/Divulgação)
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A pressão nas alturas é um mal sorrateiro que atinge de 25% a 30% dos adultos brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).1 “A hipertensão é uma doença silenciosa que não costuma provocar sintomas”, diz o dr. Carlos Suaide, cardiologista do Alta Excelência Diagnóstica em São Paulo, laboratório de medicina diagnóstica que faz parte da Dasa, maior rede de saúde integrada do país. “Geralmente, os principais órgãos-alvo acometidos são o coração, o cérebro e os rins. Ou seja, a pressão alta pode ser responsável por infartos, derrames e até casos de insuficiência renal”, alerta o médico.

Mas, afinal, o que é a pressão e por que ela pode causar tantos danos a órgãos tão vitais? A cardiologista dra. Cláudia Bernoche, coordenadora do pronto-socorro do Hospital Nove de Julho, referência em alta complexidade em São Paulo, explica: “Pressão arterial é a força que o sangue faz contra as paredes internas dos vasos sanguíneos ao circular pelo corpo. O esforço excessivo nessa passagem gera o aumento nas medidas de pressão”.

A cardiologista dra. Cláudia Bernoche, coordenadora do pronto-socorro do Hospital Nove de Julho
A cardiologista dra. Cláudia Bernoche, coordenadora do pronto-socorro do Hospital Nove de Julho (Dasa/Divulgação)

Esse estresse contínuo, por sua vez, leva à ocorrência de lesões e, como decorrência, ao aparecimento de aterosclerose, formação de placas ao longo das artérias. A obstrução da circulação ou o rompimento dessas placas são causas comuns de danos ao coração, como infarto, ou ao cérebro, no caso do acidente vascular cerebral (AVC) – as maiores causas de mortalidade no mundo.2

Aumento de casos alertam para o cuidado

A pressão alta e seus efeitos maléficos à saúde não são uma realidade distante do brasileiro. “A hipertensão é uma doença crônica e silenciosa que atinge cerca de um quarto da população brasileira. Infelizmente, muitas pessoas não sabem que têm o problema, por falta de diagnóstico ou mesmo de informação. A enfermidade é responsável por provocar 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal no país”, afirma a dra. Flávia Verocai, cardiologista e responsável pela unidade de cardiologia do Hospital São Lucas Copacabana, também integrante da Dasa, no Rio de Janeiro.

Flávia Verocai, cardiologista e responsável pela unidade de cardiologia do Hospital São Lucas Copacabana
Flávia Verocai, cardiologista e responsável pela unidade de cardiologia do Hospital São Lucas Copacabana (Dasa/Divulgação)
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“Outra realidade preocupante é o impacto da pandemia de Covid-19 no cuidado com a saúde do coração. Muitas pessoas deixaram de realizar o check-up de rotina, e esse acompanhamento é extremamente importante para identificar o surgimento de doenças cardiovasculares e entender como tratá-las”, completa a especialista do São Lucas Copacabana.

Um levantamento realizado pela área de dados e analytics da Dasa mostrou que os atendimentos a casos de hipertensão arterial pelos hospitais da rede em Brasília aumentaram 74,6% em 2021 em comparação a 2020. No mesmo período, os atendimentos a pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) tiveram crescimento de 50%, enquanto os atendimentos para casos de AVC, 31%.

Nos hospitais da rede no Rio de Janeiro, os dados também apontam ampliação nos atendimentos a essas doenças, sendo de 34,75% para hipertensão arterial, 23,33% para IAGM e 14,5% para AVC na comparação entre 2020 e 2021. Em São Paulo, as taxas apresentaram variações menos expressivas: aumento de 15% para hipertensão arterial, 19,36% para IAM e, para AVC, 2%. Embora a Dasa tenha percebido essas variações, os dados não permitem concluir que houve aumento na incidência dessas doenças nas regiões atendidas.

“A hipertensão exige um cuidado integrado do paciente, com profissionais de diferentes especialidades, entre eles cardiologista, neurologista e nefrologista. Vale o alerta para o diagnóstico precoce e o início do tratamento, já que a doença não tem cura, mas é possível o controle – tanto por meio de associações medicamentosas quanto por mudanças no estilo de vida do paciente”, orienta a dra. Núbia Welerson, cardiologista clínica e diretora técnica do Hospital Brasília unidade Águas Claras, no Distrito Federal.

Diante de desfechos como esses, o pronto atendimento e a agilidade no diagnóstico fazem toda a diferença. “Por isso, a emergência do Hospital Nove de Julho conta com neurologista e cardiologista. Em suspeita de infarto, o serviço de hemodinâmica está de prontidão para realizar cateterismo de urgência em até uma hora, como é padrão na medicina avançada no mundo inteiro. E a presença do neurologista é essencial para reconhecer os sinais de AVC e, se necessário, instituir tratamento para recanalizar a área afetada”, diz a dra. Cláudia Bernoche.

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Como se confirma a hipertensão

Embora nem sempre apareçam, alguns sinais indicam a necessidade de uma investigação em relação à pressão alta, como enumera o dr. Carlos Suaide, do Alta Excelência Diagnóstica em São Paulo: dor na região da nuca, visão embaçada, cansaço, tontura, zumbido nos ouvidos, sangramento no nariz e, em casos mais avançados, náusea e vômito. “A doença pode ocorrer lentamente ou haver um aumento súbito da pressão. Os sintomas podem significar que, naquele momento, ela deve estar elevada”, analisa.

Carlos Suaide, do Alta Excelência Diagnóstica em São Paulo
Carlos Suaide, do Alta Excelência Diagnóstica em São Paulo (Dasa/Divulgação)

Quando o profissional de saúde faz a medição, o primeiro número que aparece no aparelho é o da pressão sistólica, ou seja, a máxima. Ele é registrado quando o coração se contrai e libera o sangue. O segundo valor refere-se à pressão diastólica, ou mínima, que verifica a força do líquido contra as artérias. Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia, uma das formas de prevenir as desordens provocadas pela hipertensão é conhecer esses parâmetros, fazendo a medição regularmente.3

Essa mensuração nunca deve ser realizada depois de situações de estresse, após uma discussão ou em momentos de emoções fortes, contextos que aumentam a frequência cardíaca. Por isso mesmo, o ideal é que sempre sejam feitas duas medidas.

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As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, atualizadas em 2020 pelas entidades Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Sociedade Brasileira de Cardiologia e Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), recomendam a seguinte classificação para a pressão arterial:4

 

 

Ótima: menor que 120/80 mmHg

Normal: 120-129 mmHg e/ou 80-84 mmHg (deve-se manter o acompanhamento)

Pré-hipertensão: 130-139 mmHg e/ou 85-89 mmHg (quando medida em consultório)

Hipertensão: acima de 140/90 mmHg (quando medida em consultório)

Para auxiliar no diagnóstico de hipertensão, o médico pode solicitar ainda um teste ergométrico, exame de esforço realizado de forma controlada em uma esteira. Ele mostra o padrão de subida da pressão e quanto tempo ela demora para se regularizar. Outros exames que podem ser solicitados são a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e a monitorização residencial da pressão arterial (MRPA). Ambos acompanham o comportamento da pressão durante 24 horas.

De olho nos fatores de risco

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A hipertensão tem muitas variáveis. Nos adultos, é mais comum a hipertensão essencial, ou seja, aquela que não é motivada por nenhuma doença, mas por fatores como envelhecimento ou predisposição genética. Já entre crianças e jovens, a elevação costuma ocorrer em decorrência de alguma condição de saúde, como desordens renais ou do coração.

“Os hábitos de vida na infância e na adolescência, principalmente os relacionados à prática de atividades físicas e à escolha de alimentos saudáveis, podem determinar o surgimento da hipertensão arterial no início da vida adulta. Por isso, é importante lembrar que a hipertensão arterial é uma doença possível de prevenir e, principalmente, possível de diagnosticar precocemente, garantindo qualidade de vida aos pacientes”, alerta a dra. Núbia Welerson.

Se o avançar da idade por si só já representa um aumento de risco para desenvolver hipertensão, quando a maturidade chega para as mulheres, a menopausa acaba sendo mais um complicador. Com ela, vem a mudança do perfil hormonal, que traz impactos nas camadas dos vasos sanguíneos.

Outro grupo que exige cautela é o das gestantes por causa do risco de pré-eclâmpsia – uma disparada da pressão que pode aparecer subitamente na gravidez. Por isso, fazer esse controle durante o pré-natal é essencial para evitar complicações para a mãe e o bebê.

De modo geral, acompanhar os parâmetros, como orientam os especialistas, é também uma maneira de flagrar o problema na fase de pré-hipertensão (entre 130 e 139/85-89 mmHg) – a fim de redobrar os cuidados. Isso porque, quanto mais cedo se detecta e se age, maior a possibilidade de conter o avanço do problema.

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Nesse sentido, ganham ainda mais importância as mudanças no estilo de vida. “Isso significa atenção à dieta e à redução do sódio, que aumenta o volume de líquido circulando nos vasos sanguíneos”, aponta a dra. Cláudia Bernoche, do Hospital Nove de Julho, em São Paulo. E nunca é demais repetir: abandonar o tabagismo e manter a atividade física para escapar da obesidade são quesitos indispensáveis de saúde – e não seria diferente no manejo da pressão. A qualidade do sono também conta, sobretudo pelo controle do estresse. “Nos recentes congressos da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, discutiu-se ainda o papel da afetividade e espiritualidade nesse contexto”, completa a médica.

Como tratar

Os ajustes do estilo de vida são considerados uma forma contínua de cuidado. Mas nem sempre são suficientes para evitar os picos de pressão. Quando isso acontece, é possível que o médico recomende que o paciente use medicação. A indicação vai depender do conjunto de fatores relacionados ao problema e das características do paciente.

Idealmente, o plano é partir para a monoterapia, com um medicamento com efeito por 24 horas, para aumentar a aderência ao tratamento. Muitas vezes, porém, o caso pede uma combinação de remédios – de diuréticos a vasodilatadores. Nesse caso, a avaliação do médico determina qual categoria de anti-hipertensivo é capaz de trazer os melhores resultados.

“Para cuidar integralmente do paciente hipertenso e com outras doenças cardíacas, o Hospital São Lucas Copacabana inaugurou, recentemente, a Unidade de Cardiologia em seu centro médico, localizado na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Trata-se de uma área dedicada ao cuidado em toda a jornada do paciente cardiológico, desde a primeira consulta, no pronto atendimento, até o tratamento indicado e o acompanhamento de doenças crônicas, como a hipertensão. Cada vez mais, buscamos oferecer uma medicina preditiva, preventiva e personalizada para nossos pacientes”, finaliza a dra. Flavia Verocai.

  1. https://sbc.cardiol.br/hipertensao
  2. https://www.who.int/health-topics/cardiovascular-diseases/#tab=tab_1
  3. https://www.portal.cardiol.br/post/nova-diretriz-de-hipertens%C3%A3o-arterial-traz-mudan%C3%A7as-no-diagn%C3%B3stico-e-tratamento
  4. https://departamentos.cardiol.br/sbc-dha/profissional/pdf/Diretriz-HAS-2020.pdf
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