Medicina

Alergia à picada de formiga: 4 cuidados e primeiros socorros

Reação ao contato com o inseto depende da espécie do animal e da sensibilidade da pessoa. Saiba o que fazer

Por Clarice Sena
30 jun 2025, 14h21

As picadas de formigas geralmente são inofensivas para a maioria das pessoas. No entanto, para quem tem alergia, pode ser o início de uma reação com diferentes graus de gravidade. Dependendo da espécie da formiga e da sensibilidade de quem foi mordido, a resposta alérgica pode exigir cuidados médicos.

De modo geral, ao entrar em contato com humanos, as formigas costumam morder a pele para se fixar no nosso corpo e facilitar a inserção de um ferrão. Nem sempre sentimos isso acontecer, pois todo esse processo pode ser insuficiente para causar irritação. Em outros casos, pode haver dor local, alteração na cor e temperatura da pele, e a própria reação alérgica mais grave.

Entenda mais sobre a alergia e saiba o que fazer diante de uma picada.

Mordidas de formiga têm reações variadas

No mundo todo, há mais de 13 mil espécies de formigas catalogadas e, destas, pelo menos 2 mil são nativas do Brasil. A toxicidade desses animais varia. As formigas-de-fogo-vermelhas ou lava-pés, mais conhecidas apenas como formigas vermelhas, são venenosas e têm uma mordida bem dolorida.

Algumas formigas também não possuem ferrão, mas, durante a mordida, liberam uma secreção na saliva que desencadeia uma reação alérgica chamada de urticária papular ou prurigo estrófulo.

Geralmente, é isso que ocorre com mordidas das formigas mais comuns nos centros urbanos. A alergia é notada pela liberação de histamina no organismo, o que provoca a sensação de coceira intensa.

Continua após a publicidade

Mordida de formiga: o que fazer?

Diante de alergia por mordidas de formiga, o tratamento depende da reação desencadeada. Em todos os casos, não esprema o local da mordida ou picada e, se houver bolhas, tente não rompê-las.

Também é importante não coçar a pele, por mais tentador que isso seja, já que essa ação pode produzir feridas que abrem caminho a infecções secundárias oportunistas. Dos casos mais leves aos mais graves, saiba o que fazer:

1. Higienizar o local

A primeira medida para aliviar a coceira é lavar a área da picada com água e sabão. Se tiver orientação médica, vale aplicar um gel anestésico ou anti-inflamatório. Jamais utilize álcool ou vinagre, isso pode aumentar a irritação.

2. Mudar a temperatura

Na região da picada ou mordida, aplique uma compressa fria. Isso pode ser feito várias vezes ao dia se houver inchaço ou incômodo. Você pode usar gelo envolto em um pano ou bolsas com gel térmico.

Continua após a publicidade

Se a lesão for nos pés ou nas mãos e houver a possibilidade de fazer isso, deixe o membro numa posição elevada para diminuir o fluxo sanguíneo no local.

3. Medicação

Antes de ingerir qualquer medicamento, vale mandar uma mensagem para o seu médico pessoal consultando essa possibilidade. Os anti-histamínicos orais podem aliviar coceira e inchaço. Para dor intensa, os analgésicos são recomendados.

4. O que fazer em caso de uma reação grave

Se o local da picada apresentar vermelhidão muito grande, com pus, e a pessoa apresentar febre, pode ser o início de uma reação grave. Um inchaço que se expandiu rapidamente também requer muita atenção.

Qualquer reação além dessas e da coceira devem acender um sinal de alerta ainda mais urgente, pois pode ser o início de um choque anafilático. Nesses casos, ligue para o SAMU pelo telefone 192 ou procure um serviço médico com urgência. O choque anafilático é muito grave e pode levar a óbito.

Continua após a publicidade

Dentre os sintomas do choque anafilático, fique atento para:

Inchaço de áreas distantes da picada;
Inchaço das vias respiratórias – boca, nariz e garganta – e dificuldades respiratórias;
Queda na pressão arterial, tontura, confusão e desmaio;
Náuseas e vômito.

É importante procurar imediatamente um hospital ou um posto de saúde pois a única solução para o choque anafilático é uma injeção de epinefrina, a adrenalina, e não está disponível em farmácias. Enquanto a ajuda não chega, coloque a pessoa sentada ou deitada com as pernas elevadas, observe a pulsação e possível obstrução da respiração.