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Abuso de álcool cresce na pandemia de coronavírus

Os latino-americanos, e principalmente os brasileiros, exageraram na bebida alcoólica nos primeiros meses do isolamento social decorrente da Covid-19

Por Daniella Grinbergas e Gustavo Grohmann
Atualizado em 13 out 2020, 15h50 - Publicado em 13 out 2020, 11h50

O resultado da pesquisa “Uso de Álcool e Covid-19”, publicada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), confirma uma preocupação levantada no início da pandemia: a intensificação do abuso de álcool durante o isolamento. O estudo foi feito entre 22 de maio e 30 de junho com mais de 12 mil pessoas de 33 países da América Latina e Caribe —30,8% eram brasileiros.

Segundo a publicação, 35% dos entrevistados com idades entre 30 e 39 anos relataram aumento na frequência de um comportamento chamado de beber pesado episódico (BPE). É aquele porre com cinco ou mais doses de bebida alcoólica. Isso significa tomar mais do que 1,7 litro de cerveja, 750 mililitros (ml) de vinho ou 225 ml de destilado em uma única ocasião.

Outro ponto que chama a atenção é o consumo de álcool ilícito (contrabandeado ou produzido ilegalmente) ou informal (produção caseira em pequena escala). A frequência passou de 2,2% para 4,9% ao mês — mais do que dobrou, portanto. Cabe lembrar que esses produtos costumam ter maior teor de etanol e custo baixo, que estimula o exagero. A procedência duvidosa também aumenta o risco de intoxicações e outras encrencas.

O relatório também aponta as bebidas preferidas dos confinados: cerveja (48,7%) e vinho (29,3%).

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Por que a pandemia de coronavírus aumenta o consumo de álcool?

Os pesquisadores confirmaram o que já se imaginava: as bebidas alcoólicas são ingeridas para aliviar o estresse do dia a dia. Do total, 52,8% dos entrevistados que exageraram na dose relataram ao menos um sintoma emocional como ansiedade, nervosismo, insônia, preocupação, medo, irritabilidade e dificuldade para relaxar.

“Estudos como esse são importantes para traçarmos os cenários do consumo do álcool durante a pandemia e atuarmos para minimizar impactos na saúde, especialmente no contexto da Covid-19”, pontua o psiquiatra Arthur Guerra, presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), em comunicado à imprensa.

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Mais levantamentos como esse estão sendo realizados após o braço europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestar preocupação com o consumo excessivo de álcool. Logo no início da pandemia, a agência pediu que os governos controlassem a venda de bebidas durante o período de isolamento social. Calcula-se que 3 milhões de mortes por ano no mundo sejam relacionadas diretamente ao abuso de drinques.

O excesso de álcool afeta praticamente todos os órgãos do corpo. Ele pode enfraquecer o sistema imunológico, lesar o fígado, danificar o coração, aumentar a ansiedade, estimular comportamentos violentos etc. Não à toa, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os casos de feminicídio cresceram 22% durante os dois primeiros meses do isolamento.

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