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Tuberculose ainda é um desafio de saúde pública no Brasil

Infecção bacteriana ainda aflige milhares de pessoas no país, cobrando medidas como ampliação do rastreamento e melhor adesão ao tratamento

Por Ruth Brignall e Marcos Philippsen, lideranças da Revvity e da Euroimmun Brasil*
11 jan 2024, 16h00

Diante dos avanços da ciência e do conhecimento desenvolvido sobre patologias, suas causas, diagnósticos e possibilidades de tratamento, falar em tuberculose como uma das principais causas de morte por doença infecciosa no mundo, em especial no Brasil, pode parecer surpreendente. Afinal, é uma das doenças mais antigas do mundo, tendo evidências de suas manifestações na pré-história.

Trata-se de uma infecção causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Dentre os sintomas, destacam-se a tosse exacerbada e o emagrecimento. A tuberculose hoje é uma doença que pode ser curada, seguindo o tratamento correto. Tratamento que, no Brasil, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). O desafio é a adesão a ele.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 71% das pessoas que iniciam o tratamento no Brasil o concluem, quando o esperado seria uma taxa de no mínimo 85%. Isso decorre da longa duração para conclusão da terapia, que pode durar de seis meses a um ano, e dos seus efeitos colaterais, sem mencionar o estigma que o paciente enfrenta.

É justamente nesse contexto que surgem as bactérias resistentes, tornando o tratamento ainda mais desafiador para o paciente, seus familiares, a comunidade no entorno e o sistema de saúde.

O Brasil ocupa o 20º lugar no mundo em termos de incidência de tuberculose, sendo classificado, pela OMS, como um dos 22 países onde a carga da doença é considerada elevada. A organização estima que 67 mil pessoas desenvolveram tuberculose ativa no Brasil em 2021, sendo que esse número inclui mais 4 mil crianças.

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Já o Ministério da Saúde informa que, anualmente, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose no Brasil. Por isso, desde 2003, a doença é considerada como prioritária na agenda política de saúde nacional.

Com base no modelo proposto pela OMS de erradicar a doença até 2030, criou-se o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública, que tem como finalidade reduzir 90% do coeficiente de incidência de tuberculose e 95% das mortes causadas pela doença no país até 2035.

Em setembro de 2023, durante a última Reunião de Alto Nível da ONU sobre a Luta Contra a Tuberculose, na qual estivemos presentes, os países membros renovaram seu compromisso de atingir os objetivos propostos dentro do prazo estabelecido.

Ademais, como estratégias de prevenção, a resolução destaca a aplicação da vacina BCG em crianças – ela protege contra a forma mais grave da tuberculose – e o tratamento adequado da infecção latente, visando diminuir o alastramento dos casos entre as populações vulneráveis, como povos indígenas, pessoas privadas de liberdade em regime prisional ou em situação de rua, além dos imunossuprimidos, caso de pacientes que vivem com HIV.

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Um programa de rastreamento da tuberculose latente nesses grupos de alto risco é essencial, pois permite a detecção de cidadãos infectados, e o início do tratamento necessário antes da progressão para doença sintomática e infecciosa. Estima-se que 11 mil pessoas que desenvolveram tuberculose foram coinfectadas com o HIV, e as estatísticas globais reforçam que a doença é a principal causa de morte em pessoas que vivem com o vírus. O diabetes também é uma condição imunossupressora associada ao aumento do risco de desenvolver a tuberculose.

A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, declarou que o governo está promovendo um esforço concentrado na erradicação da doença, prevendo a mobilização de 5 bilhões de dólares por ano até 2027 para pesquisa e inovação contra a doença.

Com esses compromissos na pauta, é crucial que o setor público e o privado trabalhem em conjunto para desenvolver soluções para ampliar a detecção da doença e atingir as metas de erradicação da tuberculose. Isso inclui a disponibilização de testes de rastreamento para diagnóstico precoce, passo essencial para tratar e controlar essa infecção, inclusive em sua forma latente.

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* Ruth Brignall é Global Scientific Affairs Manager da Revvity; Marcos Philippsen é Diretor-Geral da Euroimmun Brasil

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