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Como alcançar as metas de aleitamento materno propostas pela OMS

No Agosto Dourado, especialista aponta os empecilhos que ainda dificultam a amamentação, principalmente nos seis primeiros meses de vida

Por Mônica Vilela Carceles Fráguas, neonatologista*
21 ago 2022, 08h45

Os benefícios do leite materno são conhecidos. Mais: a cada dia novas descobertas são feitas em relação aos seus componentes, bem como suas funções contra infecções, prevenção de doenças crônicas, desenvolvimento neurológico, formação do sistema imunológico e muito mais. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida do bebê. Após esse período, deve-se fazer a introdução de outros alimentos, mantendo o aleitamento materno até os 2 anos de idade, ou mais. Estimativas mostram que, se essas recomendações fossem seguidas, mais de 800 mil mortes de crianças menores de 5 anos seriam evitadas no mundo por ano.

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Apesar de tanto conhecimento, ainda se observam números baixos nas taxas de aleitamento materno. No Brasil, aproximadamente 45% dos bebês recebem leite materno exclusivo até os 6 meses de vida – esse número tem aumentado, mas ainda não alcançou o recomendado. A meta global, estabelecida pela OMS para até 2025, é elevar para mais de 50% essa taxa.

Muitos são os fatores que interferem na amamentação. Algumas mães realmente não podem amamentar por motivos médicos relacionados a elas ou aos bebês, mas esses casos são a minoria. 

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Motivos socioeconômicos também levam ao desmame precoce: é o caso das trabalhadoras informais, que não têm direito à licença maternidade e creches, e acabam partindo para as fórmulas.

+Leia também: Amamentação: sangue, suor, lágrimas… e um bem insuperável

A propaganda, com frequência, distorce as características das fórmulas lácteas e tenta equipará-las ao leite humano. Isso faz com que muitas mães optem, sem indicação médica, pelo uso do leite artificial. Mas os benefícios do leite materno são incomparáveis. O leite humano contém vários componentes impossíveis de serem acrescentados à fórmula, como células vivas, anticorpos e até partículas de material genético.

A falta de informações corretas, tanto da população leiga quanto dos profissionais de saúde (que deveriam apoiar a amamentação), é alarmante. Muitas postagens em redes sociais ou blogs são incorretas, indicando procedimentos e até medicamentos que podem colocar em risco a amamentação e a saúde.

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Existem medidas simples que melhoram – e muito – as taxas de aleitamento materno. O contato precoce do bebê com a mãe, logo após o nascimento, favorece a estabilização do recém-nascido e a amamentação. As mamadas em livre demanda e o posicionamento correto ao seio materno são também fundamentais. Muitas mães ainda acham que a dor e as fissuras nos mamilos são normais durante a amamentação – não são, e há estratégias adequadas para evitá-las. 

Durante o pré-natal é importante que a mãe procure ajuda de especialistas que deverão avaliar as mamas da gestante, verificar o histórico de saúde da paciente, orientar sobre a produção e a chegada do leite. A mãe pode, ainda, se informar sobre as diferentes posições para amamentar, a pega correta do bebê, o que esperar nos primeiros dias após o parto, além de aprender a extrair o leite, o que pode ser necessário em algumas situações. A rede de apoio, formada pela família, amigos e equipe de saúde tem um papel essencial tanto na gestação quanto após o nascimento. 

Se fosse dedicado mais tempo ao ensino da lactação e das técnicas de aleitamento nas faculdades de medicina e de enfermagem, seria possível atingir as metas desejadas pela OMS. Como consequência, teríamos uma grande melhora da saúde infantil e da população em geral.

*Mônica Vilela Carceles Fráguas é neonatologista e coordenadora do berçário setorial do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista e consultora de Lactação (IBCLC)

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