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Câncer de pulmão: conheça as estratégias para detectá-lo cedo

Implementação e acesso a um programa de rastreio podem reduzir a mortalidade dos pacientes em até 20%

Por Felipe Marques da Costa, pneumologista*
11 Maio 2023, 10h37

Entre todos os tipos de câncer, o de pulmão é um dos mais comuns e letais em todo o mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se da principal causa de morte por tumores, sendo responsável por aproximadamente 1,8 milhão de óbitos anualmente.

No Brasil, segundo dados do INCA, são estimados cerca de 32 mil novos diagnósticos em 2023.

Um caso recente que, infelizmente, acabamos de acompanhar foi o da insubstituível cantora Rita Lee, diagnosticada com a doença em 2021.

Diante desse cenário alarmante, a implementação de programas de rastreio de câncer de pulmão tem sido uma estratégia fundamental na identificação precoce da doença, aumentando as chances de cura e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Esses programas visam identificar a doença em estágios iniciais, especialmente em pessoas consideradas de alto risco, como fumantes e ex-fumantes acima de 50 anos.

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Isso é possível graças à realização periódica de exames de imagem. Um exemplo é a tomografia computadorizada de baixa dose (TCBD), que permite identificar nódulos pulmonares suspeitos antes mesmo de causarem sintomas.

Estudos apontam que o diagnóstico precoce do câncer de pulmão, por meio desses programas, pode reduzir a mortalidade em até 20%, sendo que, entre as mulheres, essa queda muitas vezes chega a 30%.

Além disso, a identificação de tumores em estágios iniciais possibilita tratamentos menos invasivos, reduzindo os efeitos colaterais e impactos na vida dos pacientes.

Para garantir o sucesso dos programas de rastreio, é fundamental que haja uma ampla divulgação das informações sobre a doença e o diagnóstico precoce, assim como o acesso facilitado aos exames.

Nesse sentido, é importante que as políticas públicas e as instituições de saúde trabalhem em conjunto para aumentar a cobertura desses programas e a conscientização da população.

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Além disso, é necessário que os profissionais de saúde estejam capacitados para identificar os indivíduos de alto risco, encaminhando-os para os exames de rastreio.

Também é imprescindível monitorar os resultados, garantindo, assim, um influxo contínuo de pacientes e assegurando uma intervenção precoce e efetiva.

Parar de fumar é primordial

Integrado ao programa de rastreio, a cessação do tabagismo desempenha um papel crucial, pois ajuda a reduzir o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão.

Ao combinar o suporte para deixar de fumar com o rastreio precoce do câncer de pulmão, é possível não apenas identificar tumores em estágios iniciais, mas também prevenir o surgimento de novos casos ao longo do tempo.

Essa abordagem integrada contribui para uma redução significativa da mortalidade relacionada ao câncer de pulmão e melhora a saúde geral dos indivíduos.

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Isso ainda diminui a carga sobre os sistemas de saúde e beneficia a sociedade como um todo.

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Desafios e perspectivas

Embora os programas de rastreio de câncer de pulmão tenham demonstrado efetividade na redução da mortalidade, ainda existem desafios a serem enfrentados.

Um deles é a necessidade de aprimorar a precisão dos exames de imagem, evitando os falsos positivos e negativos – resultados assim podem levar a intervenções desnecessárias ou atrasar o diagnóstico e tratamento da doença.

A inteligência artificial tende a desempenhar um papel fundamental nessas situações, melhorando a precisão e eficiência na identificação de nódulos pulmonares suspeitos em exames de imagem, como tomografias computadorizadas.

Algoritmos de aprendizado profundo podem, portanto, levar a diagnósticos mais precoces, com melhores resultados para os pacientes.

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Outra questão imprescindível é a conscientização da população sobre os fatores de risco do câncer de pulmão, como o tabagismo, e a importância de adotar hábitos saudáveis para prevenir a doença.

Nesse sentido, campanhas educativas e ações de promoção da saúde podem contribuir significativamente para a redução dos casos de câncer de pulmão, especialmente entre os jovens.

Foco no cigarro eletrônico

Um desafio emergente e ainda não totalmente compreendido em termos de impacto à saúde é o uso de cigarro eletrônico.

Estudos têm mostrado que esses dispositivos também liberam substâncias químicas potencialmente nocivas no organismo, e o impacto em longo prazo desses compostos no desenvolvimento do câncer de pulmão ainda não foi totalmente compreendido.

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No Brasil, a sua comercialização é proibida. Porém, sabe-se que não é difícil encontrar o dispositivo no mercado paralelo.

Ampliando o acesso ao tratamento

Diante da doença instalada, é crucial garantir os cuidados adequados para todos os pacientes, independentemente do estágio do tumor.

Isso inclui a disponibilidade de medicamentos, radioterapia e cirurgias, além do apoio psicossocial aos pacientes e familiares.

+ LEIA TAMBÉM: O que é o câncer de pulmão

Diante desses desafios e perspectivas, a relevância do programa de rastreio de câncer de pulmão é inegável, uma vez que, reforço, aumenta significativamente as chances de cura e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

Para que esses programas alcancem seu pleno potencial, é fundamental que haja uma colaboração entre políticas públicas, instituições de saúde e profissionais envolvidos no cuidado dos pacientes.

A conscientização da população, a ampliação do acesso a exames e tratamentos, bem como o investimento em pesquisa e desenvolvimento, são aspectos cruciais para enfrentar o desafio do câncer de pulmão e garantir um futuro mais saudável a todos.

*Felipe Marques da Costa é pneumologista e coordenador do Programa Check up Pulmonar da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

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