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Especialistas da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc) discutem a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer no nosso país
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O segundo tipo mais comum de câncer nas mulheres é o ginecológico

Esse grupo de tumores, que afeta o sistema reprodutor feminino, é muito comum, mas pouco conhecido. Conheça as causas, os sintomas e formas de prevenção

Por Dra. Angélica Nogueira, oncologista*
Atualizado em 8 dez 2020, 14h58 - Publicado em 9 mar 2020, 12h06

É fundamental aproveitar o Dia Internacional da Mulher e o mês de março como um todo para falar sobre saúde feminina. E principalmente sobre doenças comuns e sérias, a exemplo dos tumores ginecológicos. Entram nesse grupo: câncer de colo uterino, endométrio, ovário, vulva e vagina.

Recentemente, o “EVA – Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos” lançou a campanha “Nós seremos a primeira geração sem câncer do colo do útero”, que representa tanto um desejo dos especialistas quanto uma possibilidade real. Hoje, ele é o terceiro câncer mais incidente entre as brasileiras, com mais de 16 mil novos casos por ano e alta mortalidade (cerca de 30%). No entanto, é passível de prevenção. Isso porque mais de 90% dos casos são relacionados com a infecção por HPV, que pode ser praticamente extinta com vacinação, conforme foi explicado no último artigo do blog Câncer em Pauta pela oncologista Karime Kalil.

O câncer de corpo do útero (ou endométrio), por sua vez, ocupa a oitava posição entre os mais comuns no sexo feminino. O sintoma mais encontrado é o sangramento vaginal anormal. Isso envolve sangramentos mais intensos que o habitual, fora do período menstrual, entre os ciclos menstruais ou quando a mulher havia parado de menstruar.

Nos últimos anos, houve um aumento significativo na incidência do tumor de corpo do útero, que, na maioria dos casos, pode ser prevenido. Como? Adotando hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física, alimentação balanceada e controle do peso (mulheres com obesidade são mais propensas à doença). Um estilo de vida balanceado, aliás, diminui o risco de vários tipos de câncer e de outras doenças.

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Já o câncer no ovário, sétimo no ranking feminino geral, se difere mais dos tumores na região do útero (colo e corpo). A doença ainda não possui fatores de risco estabelecidos em muitos casos — por isso a prevenção é tão difícil. Os especialistas sabem que há relação com a idade (acima de 50 anos) e aspectos hormonais, ambientais e hereditários. Porém, cerca de 90% dos casos ocorrem sem causa conhecida.

Além disso, não existem sintomas específicos e o diagnóstico é bem difícil. Também não possuímos exames de rastreamento — a exemplo da mamografia para câncer de mama. Resultado: 75% dos casos são descobertos em estágio avançado.

Essa conjuntura resulta em alta mortalidade. Aproximadamente 6 em cada 10 pacientes falecem em decorrência do tumor no ovário.

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Embora os dados sejam alarmantes para essa doença, existe uma maneira de diminuir os riscos de ser surpreendido por ela: o mapeamento genético. Metade dos diagnósticos de câncer no ovário ocorre devido a uma mutação em genes envolvidos no reparo de danos ao DNA. Aliás, 50% dessas mutações são herdadas dos pais e o restante surge ao acaso.

Quando a paciente apresenta uma mutação hereditária no gene BRCA (presente em 14% das mulheres com câncer de ovário), falamos que ela tem a síndrome Mama-Ovário. É o caso da atriz norte-americana Angelina Jolie, que optou pela retirada preventiva das mamas e dos ovários.

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Essa alteração pode ser comprovada por meio de teste genético. No entanto, para ser elegível a ele, é necessário apresentar algumas características, como:

· Câncer de mama diagnosticado antes dos 40 anos

· Câncer de mama bilateral; câncer de mama em homem

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· Mutação genética BRCA1/BRCA2 na família

· Histórico de câncer de ovário na família.

Vale ressaltar que todas as pacientes com câncer de ovário epitelial são candidatas a rastreamento de mutações.

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No ano passado, foi sancionada em Minas Gerais a Lei 23.449/2019, que permite às mulheres com alto risco de câncer de mama e ovário realizarem esse exame genético gratuitamente. Porém, até o momento, ela não foi colocada em prática. Como a aprovação, por si só, não garante o direito de pacientes terem um diagnóstico precoce, é necessário oferecer infraestrutura, educar os profissionais e criar procedimentos para que a legislação seja cumprida efetivamente.

Para a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), é imprescindível colocar esforços em melhorias nas condições de atendimento, tratamentos e equipamentos. Além de capacitar os profissionais da atenção básica do SUS em prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce, fundamentais no combate ao câncer.

*Dra. Angélica Nogueira, oncologista e diretora da SBOC

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