Alimentação e pré-diabetes: como a dieta pode ajudar os pacientes
Especialista dá dicas do que colocar e o que evitar no cardápio de quem se preocupa com a condição
Por Angélica Vilela, de Abril Branded Content
Atualizado em 9 mar 2020, 14h48 - Publicado em 6 nov 2019, 12h42
Pré-diabetes: cuidados inclui dieta balanceada com baixo teor de açúcar e sem ingestão de alimentos processados que possuem altas concentrações de açúcar (istockphotos/Abril Branded Content)
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De acordo com pesquisa do Ibope Inteligência encomendada pela Merck, 42% da população desconhece o pré-diabetes, condição que indica um conjunto de alterações nos índices de glicemia (açúcar no sangue) que ainda não são suficientes para considerar o paciente como diabético.
No entanto, já apresentar essas alterações mostra risco mais elevado de vir a ter o diabetes tipo 2 no futuro. Isso acontece pois ela cria um estado de resistência à insulina, ou seja, o pâncreas passa a produzi-la em excesso na tentativa de controlar os níveis de açúcar.
A condição muitas vezes pode ser fruto de maus hábitos praticados por um longo período, como dieta inadequada, sedentarismo, ganho de peso e tendência genética (parentes próximos com diabetes do tipo 2). Some-se a isso fatores de risco, como tabagismo, histórico de diabetes gestacional e algumas etnias. “Asiáticos e algumas tribos indígenas têm maior propensão para desenvolver a doença. Já brasileiros apresentam risco maior do que os europeus, por exemplo”, explica o endocrinologista e mestre em nutrologia Roberto Zagury.
Confira a seguir as dicas do especialista para manter uma alimentação mais adequada para quem está pré-diabético:
1/5Dieta equilibradaDiagnosticado o quadro, é hora de cuidar da alimentação. “Não existe um regime único e específico para esses pacientes, mas aconselhamos a adoção de uma dieta balanceada com baixo teor de açúcar e sem ingestão de alimentos processados que possuem altas concentrações de açúcar, gordura e óleo”, afirma Zagury. O médico indica uma composição clássica de total de calorias divididas em: 55% de carboidratos complexos, que são enriquecidos com fibras e não são facilmente absorvidos pelo organismo, 15% de proteínas, 30% de lipídios (gorduras boas, como azeite, abacate e castanhas). “Não é preciso cortar o açúcar completamente, mas o de mesa e o utilizado no preparo de alimentos devem ser eliminados”, afirma o endocrinologista. “Dietas super-restritivas não adiantam, pois não vai haver adesão. É melhor uma realista que o paciente consiga seguir”, diz. Ele recomenda que o paciente tenha uma equipe multidisciplinar que inclua um nutricionista para ajudar a montar a dieta. (istockphotos/Abril Branded Content)
2/5No que apostar Para Zagury, pré-diabéticos devem consumir de preferência: grãos e cereais integrais, legumes, vegetais do grupo A (folhas) têm o consumo totalmente livre, café (a bebida está associada à menor ocorrência de diabetes tipo 2, mas não evita a doença), vitamina D (a prevalência na população de quem tem deficiência da vitamina é maior do que em quem tem níveis normais, mas tomar a vitamina D não vai driblar o pré-diabetes). O consumo desses alimentos, em substituição a carboidratos simples (que são altamente calóricos, frituras e gorduras de origem animal), está associado a uma menor incidência de diabetes em pessoas com pré-diabetes. “Quem consome alimentos mais saudáveis não ganha peso e não piora seus parâmetros metabólicos, como a resistência à insulina”, explica o especialista. Também é importantíssimo praticar atividades físicas. Ao manter-se ativo, o seu organismo vai utilizar a glicose (açúcar) para obter energia, fazendo com que os níveis de glicemia (açúcar no sangue) não subam. O exercício também ajuda a reduzir a resistência à insulina. O ideal, ensina o endocrinologista, são as atividades físicas aeróbicas de moderada intensidade, como caminhada, por 150 minutos distribuídos na semana. Ou então, 75 minutos por semana de atividades de alta intensidade, como a corrida. (istockphotos/Abril Branded Content)
3/5O que evitar O especialista ressalta que não é adequado eliminar completamente qualquer alimento, mas, em linhas gerais, devem ser menos consumidos: farinha branca (bolos, biscoitos recheados, tortas), doces, bebidas adoçadas artificialmente, como refrigerantes, bebidas lácteas e sucos de caixinha. O consumo de carboidratos altamente refinados produz um pico glicêmico mais precoce após a alimentação. “Quanto mais simples, processado e com menos fibras, mais facilmente ele será absorvido pelo organismo, elevando a glicose de forma mais acelerada”, diz Zagury. Há outras questões importantes que precisam ser levadas em consideração no combate ao pré-diabetes. “Pesquisas mostraram que pessoas que trabalham no turno da noite têm maior chance de desenvolver esse quadro. Também influenciam: o número de horas dormidas, o uso de celular à noite e o jet lag social (quando alguém dorme todos os dias no mesmo horário, mas não no fim de semana, mesmo que as horas dormidas sejam iguais)”, explica o endocrinologista. O estresse também afeta a quantidade de açúcar no sangue. “Utilizar aplicativos para aliviá-lo, fazer terapia, yoga e ter um hobby ajudam no controle.” (istockphoto/Abril Branded Content)
4/5Como descobrir Para saber se a pessoa está pré-diabética, há três diferentes exames de sangue: 1) glicemia de jejum: quem apresenta entre 100 e 125 mg/dl indica o estado alterado; 2) glicemia pós-sobrecarga (antiga curva glicêmica): nele, toma-se 75 g de dextrosol e, duas horas depois, é feita a coleta de sangue. Resultados de 140 a 199 mg/l podem indicar pré-diabetes; 3) hemoglobina glicada: esse exame consegue mapear como a glicose flutuou nos últimos três meses. Resultados de 5,7% a 6,4% já acendem a luz amarela dos médicos. (istockphotos/Abril Branded Content)
5/5Sintomas O pré-diabetes é silencioso. “Não há sintomas para identificar a doença, por isso é um problema de saúde tão sério”, diz Zagury. “Para cada paciente diagnosticado, dois não sabem que têm a condição.” Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes estimam que 40 milhões de brasileiros sejam pré-diabéticos e, desse total, 25% podem desenvolver o diabetes tipo 2. Mas existem pontos importantes no diagnóstico. Indivíduos acima do peso, mulheres na menopausa ou que tiveram diabetes gestacional e pessoas acima de 40 anos têm mais probabilidade de desenvolver o quadro. A partir dos 45 anos, todo mundo deve fazer o exame para medir a glicemia. “Quem apresenta fatores de risco ou casos de parentes com diabetes deve começar ainda mais cedo, com 40 anos”, alerta o médico. Apesar de pré-diabetes ser um termo de uso comum, quem for diagnosticado não vai necessariamente desenvolver diabetes no futuro. “É importante esclarecer, pois o termo passa uma ideia errada de que, com certeza, a pessoa desenvolverá a enfermidade. Sim, há um risco mais elevado para o surgimento da doença, mas ele não é um destino fatal”, incentiva Zagury. (istockphotos/Abril Branded Content)
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