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Sálvia, lavanda, jasmim, kumbayá… Cigarros de ervas fazem mal?

Vendidos como alternativas menos viciantes e capazes de ajudar a largar o fumo tradicional, esses compostos trazem riscos à saúde

Por Maurício Brum
22 ago 2024, 11h40
cigarros-ervas-saude
Inalar fumaça causa problemas mesmo quando o tabaco está ausente (Louis Hansel/Unsplash)
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Vendidos como uma alternativa “mais saudável” que os cigarros tradicionais (com tabaco), os cigarros de ervas ganharam espaço entre quem busca opções supostamente naturais e “artesanais” — já que, em geral, é o usuário quem decide o que e quanto vai enrolar para fumar. Mas será que eles são mesmo melhores?

Vale deixar claro que aqui não falamos de ervas psicoativas como a maconha, mas de opções vistas como menos capazes de gerar algum tipo de dependência. São combinados envolvendo plantas, especiarias e flores como sálvia, jasmim, cravo, camomila ou lavanda, entre outros, incluindo o famoso blend kumbaya.

As opções herbais por vezes não têm qualquer traço de tabaco e, em outros casos, o trazem em concentrações menores do que num cigarro comum. Mas, apesar da variedade de sabores e de um menor potencial viciante pela redução ou ausência de nicotina, eles continuam representando um risco em potencial para a saúde.

+Leia também: Gosto amargo de cigarros e de vapes

Quais os riscos dos cigarros herbais à saúde?

Não importa o que você esteja queimando: qualquer cigarro traz malefícios à saúde. A queima produz substâncias tóxicas como monóxido de carbono e alcatrão, e a simples inalação da fumaça causa problemas.

Os incômodos podem ser agudos, como inflamações pulmonares e quadros de tosse, mas em muitos casos se desenvolvem ao longo do tempo, quando a pessoa começa a fumar de forma recorrente.

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Problemas como câncer de pulmão ou de boca, além da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) continuam sendo uma preocupação mesmo em cigarros alternativos.

Também existe incerteza quanto a possíveis malefícios específicos causados pela queima de cada erva, pois em geral não há estudos robustos sobre o consumo delas em cigarros.

Existe alguma vantagem nos cigarros herbais?

É inequívoco: do ponto de vista da saúde, não existem benefícios em fumar. Mas é possível falar em uma vantagem comparativa oferecida por alguns cigarros de ervas frente ao produto tradicional — seu menor potencial de gerar dependência, desde que não se utilize uma substância viciante na mistura.

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Em geral, os cigarros herbais buscam evitar o uso do tabaco ou, pelo menos, reduzir consideravelmente sua presença no blend. Isso faz com que a nicotina, a grande responsável pela dependência do fumo, torne-se cada vez menos presente.

A ideia é oferecer uma alternativa para pessoas que já são tabagistas e têm dificuldades para largar o cigarro. No entanto, essa abordagem ainda é questionada por alguns especialistas: isso porque, além da dependência química, é complicado se livrar do próprio hábito de fumar — ao trocar o cigarro de tabaco por um de ervas, a pessoa pode até ter menos nicotina no dia a dia, mas ainda assim estará mantendo esse costume danoso à saúde.

Se você está tentando parar de verdade, seja com o cigarro ou para outros hábitos nocivos que geram dependência, o recomendado é sempre buscar ajuda profissional para encontrar a alternativa que funcione melhor para o seu caso. A abordagem deve ser individualizada – não existe uma fórmula universal.

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