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Retrospectiva: 18 fatos de 2016 que mudaram a saúde no mundo

Este ano foi marcado por avanços importantes no combate a doenças como aids e câncer, mas também trouxe alertas para 2017. Veja os destaques da SAÚDE:

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 29 dez 2016, 16h21 - Publicado em 29 dez 2016, 16h21
Do zika ao anticoncepcional masculino, 2016 reservou momentos marcantes para a saúde. (Ana Cossermelli/)
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1. Cirurgia bariátrica mais abrangente (e não só contra a obesidade)

Em janeiro, o Conselho Federal de Medicina ampliou a indicação para a cirurgia de redução de estômago. Mais do que isso, sociedades médicas do mundo todo reforçaram a ideia de que o peso corporal não deve ser o único critério para recomendar a operação.

Há evidências, por exemplo, evidências de que ela é eficaz contra o diabete tipo 2. Tanto é que se sugere que ela seja rebatizada como cirurgia metabólica, e não bariátrica.

 

2. A vacina contra a dengue chegou

O imunizante da farmacêutica Sanofi Pasteur, o primeiro do mercado, foi liberado em janeiro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e começou a chegar às clínicas particulares no final de julho.

Além disso, o Ministério da Saúde iniciou a última etapa de testes da versão nacional da vacina, produzida pelo Instituto Butantan. Segundos os cientistas envolvidos no trabalho, ela será mais potente do que a disponível hoje em dia.

O trabalho é tão promissor que recebeu no finalzinho desse ano um senhor empurrão: um aporte de R$ 97,2 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No total, serão R$ 305 milhões investidos na produção da mais uma esperança contra a dengue. A expectativa é que ela esteja disponível no Sistema Único de Saúde até 2018.

 

 

3. O zika se espalha pelo Brasil e amedronta as gestantes

Em 2016, 210 897 casos prováveis de infecção pelo vírus zika foram registrados no Brasil. Também nesse ano, a primeira geração de crianças com microcefalia relacionada à doença completou um ano de vida. E uma vacina até começou a ser testada em animais. Em meio a tudo isso, diversas teorias da conspiração emergiram, tirando o foco do problema.

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O aedes aegypti, mosquito transmissor da doença e da dengue, ganha mais uma menção na retrospectiva do ano. O chikungunya, outro vírus carregado pelo inseto, ganhou território em 2016. Foram 259 mil casos diagnosticados de janeiro a dezembro – um crescimento de mais de 800% em relação a 2015.

Leia também: Estamos mais perto de uma vacina contra o zika

 

4. Estamos comendo veneno, mas não precisa ser assim

Depois de anos de estudos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elencou o glifosato como substância potencialmente cancerígena. Ele é usado em 40% dos agrotóxicos que abastecem as plantações do Brasil.

Ao mesmo tempo, cresceu a atenção da ciência aos orgânicos, livres de fertilizantes e pesticidas químicos. Estudos apontam que eles podem ser até mais nutritivos do que os vegetais convencionais.

 

5. A próxima revolução da medicina começa no intestino

 

Nesse ano, os micro-organismos que vivem na barriga ganharam prestígio de celebridade. Para ter ideia, surgiram evidências sólidas de que eles chegam a influenciar o sistema nervoso.

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As versões maléficas, se ganham espaço, podem até estar por trás de transtornos como a depressão e o Parkinson. O problema é que a ciência ainda conhece pouco sobre esse vasto universo. O que não é nenhum espanto, já que ele é composto por cerca de 100 trilhões de bactérias.

Leia também: Uma grande metrópole dentro da sua barriga

 

6. Os primeiros estudos com a fosfoetanolamina, a pílula do câncer, não animam

Essa substância, produzida na Universidade de São Paulo e alçada por seus inventores ao status de cura para todos os cânceres, chacoalhou a saúde brasileira ano passado. Usuários alegavam que ela fazia milagres, enquanto cientistas batiam na tecla de que dificilmente uma única droga acabaria com quaisquer tumores e ainda reforçavam que não havia qualquer estudo sério para confirmar essa afirmação.

A polêmica e a pressão foram tantas que o Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) iniciou as pesquisas com a fosfo em 2016. Até o momento, os experimentos com animais foram pouco satisfatórios. Como a substância se mostrou segura, as investigações seguem para verificar se é ou não minimamente eficaz.

Leia também: 7 reflexões para fazer antes de recorrer à fosfo

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Enquanto isso, em abril deste ano, uma liminar liberou o uso da fosfo. Mas ela foi proibida logo em seguida pelo Supremo Tribunal Federal.

 

7. Regras mais rígidas para a cesárea

O Ministério da Saúde lançou um protocolo para tentar baixar o altíssimo índice de cesáreas no Brasil. A cirurgia responde por 55% dos partos no país, uma taxa que, segundo a OMS, deveria ficar nos 10%.

O problema da banalização do procedimento é que ele leva a um risco maior de alergias e outros chabus, como a obesidade. Já o Conselho Federal de Medicina divulgou em junho uma resolução defendendo que a cesárea só pode ser feita, a pedido da mulher, a partir da 39ª semana de gestação.

 

8. O ano do pedal

Cidades com menos carros nas ruas e menos mortes no trânsito. Essa é uma realidade mais fácil de imaginar com o avanço do uso da bicicleta no ambiente urbano. E os benefícios vão muito além do tráfego. A National Cycling Charity estima que os ciclistas vivam até dois anos a mais do que quem não pedala regularmente. Sem contar que o exercício trabalha músculos, fôlego, equilíbrio e peso corporal.

Leia também: Dossiê do ciclismo urbano

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9. Precisamos falar sobre a depressão

 

Ela atinge 10% dos brasileiros e é considerada o mal do século. Não há idade, etnia ou classe social que escape da doença, que não só derruba o humor, mas aumenta o risco de infarto, derrames. Em julho, os leitores de SAÚDE entraram na conversa e dividiram histórias corajosas e emocionantes sobre o convívio com a depressão.

 

10. O legado da Olimpíada no Brasil

 

O ano de 2016 fechou o ciclo de grandes eventos esportivos no Brasil. Em homenagem a isso, SAÚDE preparou uma série de infográficos animados com detalhes de modalidades disputadas no Rio de Janeiro e seu impacto no organismo.

Agora, será que sediar os jogos olímpicos de fato contribui para o aumento da prática esportiva entre a população? Uma investigação especial entra fundo nessa questão.

 

11. 40 anos de teste do pezinho

 

O exame mudou a história da medicina ao detectar doenças congênitas que comprometiam o desenvolvimento e até ameaçavam a vida de recém-nascidos. Tudo com um furinho na sola do pé. Quatro décadas depois, ele cresceu e hoje é capaz de detectar até 48 distúrbios em sua versão mais robusta.

 

12. A PEC 241 gerou incertezas sobre o futuro da saúde pública

A proposta do governo para limitar os gastos públicos foi aprovada no Senado em dezembro, batizada com um novo número, 55. Seu conteúdo, entretanto, continua o mesmo. Como o texto inclui a saúde nos setores que devem sofrer cortes por 20 anos, o assunto gerou discussão e posicionamentos de diversas entidades da área.

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13. Meninos agora também devem se vacinar contra o HPV

 

A partir de 2017, os garotos serão imunizados na rede pública contra esse vírus tão comum quanto ameaçador. A decisão do Ministério de Saúde foi embasada por estudos que comprovaram que inclui-los no esquema no mínimo ajuda a diminuir a transmissão do HPV.

Nas mulheres, ele é um dos principais causadores do câncer de colo de útero. Nos homens, pode estar por trás de tumores no pênis, boca e ânus.

 

14. A vacina contra rinite existe – e funciona!

Há 30 anos, um cientista brasileiro desenvolve e aplica injeções de vacinas terapêuticas em indivíduos que sofrem com a rinite. Em 2016, ele concluiu uma pesquisa na qual monitorou seus pacientes por dez anos. Quase 80% deles viram as crises de espirro, coriza e coceira sumirem. Boa notícia!

 

 

15. Os homens (quase) ganharam um anticoncepcional

 

Um grande estudo testou injeções hormonais para barrar a produção de espermatozoides em homens, o que contribuiria na luta contra gestações indesejadas. Tudo ia bem até que um dos grupos que revisava o trabalho recomendou a interrupção da pesquisa.

A alegação é a de que os efeitos colaterais do método eram preocupantes: eles incluem alterações de humor, surgimento da acne e aumento da libido. Conversamos com um dos autores do trabalho para ouvir sua opinião sobre o assunto.

 

 

16. A saúde de quem vive nas favelas começa a ser desvendada

 

Os barracos, a infraestrutura precária, a ausência de políticas públicas, a violência… A lista de problemas que afetam a saúde física e mental de quem vive nas periferias é grande. Em outubro, o periódico The Lancet publicou a primeira série de grandes pesquisas científicas sobre o assunto. As notícias, contudo, não são animadoras.

 

 

17. A poluição nos deixa (muito) mais doentes

Não é só nas periferias que o ambiente degradado faz mal. Câncer, infarto, derrame e até problemas como o autismo parecem ser fomentados pelos poluentes em circulação.

A OMS estima que cerca de 8 milhões de pessoas morram todos os anos apenas por viver ou trabalhar em ambientes com solo, água ou ar contaminados. A coisa é tão séria que a entidade elencou a poluição como um dos principais problemas de saúde de 2016.

Leia mais: Poluição, a doença está no ar

 

18. Dias contados para a aids

Cientistas das principais instituições de medicina da Inglaterra começaram em 2016 a testar na prática uma solução definitiva para a aids. Embora hoje a doença seja controlável, o vírus permanece dormente no corpo. Já a nova técnica caça as unidades escondidas e incentiva as células de defesa a eliminarem de vez a ameaça.

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