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Relatório soma 1,2 milhão de mortes a mais por Covid-19 em 2020. Por quê?

O que tirar do documento da OMS que aponta que 3 milhões de óbitos em 2020 foram relacionados ao coronavírus (1,2 milhão a mais do que dados oficiais)

Por Fabiana Schiavon
28 Maio 2021, 18h49
Foto em preto e branco de cemitério com várias lápides
Número de mortes decorrentes da pandemia em 2020 é maior do que anunciado anteriormente. (Foto: Davide Ragusa/Unsplash/Divulgação)
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Ao divulgar o seu relatório anual, a Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que ocorreram, ao menos, 3 milhões de mortes provocadas direta ou indiretamente pela Covid-19 no mundo em 2020. Isso representa um acréscimo de 1,2 milhão de óbitos aos primeiros dados divulgados, que ficavam na faixa do 1,8 milhão. Qual o motivo dessa discrepância tão grande?

Parte da diferença é explicada pelo fato de que muitos países têm dificuldades para monitorar e registrar os casos da doença. Faltam informações sobre as mortes — e também sobre gênero e idade das vítimas, por exemplo.

Até por isso a OMS e as Nações Unidas reuniram um grupo de especialistas para obter estimativas mais precisas sobre os números da pandemia. Fazem parte dele epidemiologistas, bioestatísticos, demógrafos etc.

Outro ponto: os dados desse documento mais recente da OMS incluíram mortes que não foram relatadas precisamente. Ou seja, elas provavelmente foram provocadas pelo coronavírus, mas faltou alguma informação para ter certeza absoluta disso.

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No mais, as 3 milhões de mortes em 2020 englobam as provocadas por falta de atendimento médico. Exemplo: a pessoa tem um infarto, mas não há ambulância ou leito no hospital para atendê-la por causa da demanda da Covid-19.

“A pandemia mostrou a importância dos dados e da ciência para reconstruir sistemas de saúde resilientes”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, em um comunicado oficial.

Segundo o órgão, o mundo precisa desenvolver melhores sistemas de monitoramento para conter de maneira mais adequada uma nova pandemia. Em outros documentos da OMS, foi relatado que 90% dos países sofreram com interrupções nos serviços essenciais de saúde, e 3% das famílias do mundo aumentarem seus custos com saúde privada em 25%.

Existem lacunas significativas na região da África, do Mediterrâneo Oriental, do Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental. E cada país no mundo coleta os dados de forma diferente, o que dificulta comparações globais.

O Institute for Health Metrics and Evaluation, de Washington, tem seu próprio levantamento e calcula um número impressionante: até o momento, já teriam ocorrido mais de 9 milhões de mortes em decorrência da pandemia no mundo. No Brasil, o número ultrapassaria os 800 mil óbitos. Até o dia 27 de maio, os dados oficiais do país eram de 454 623 mortes.

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