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Precisamos falar (ainda mais) sobre incontinência urinária

No dia da conscientização sobre o problema, 14 de março, médico explica as causas, tratamentos e o que pode ser feito para manter a qualidade de vida

Por Dr. Cristiano Mendes Gomes, urologista*
Atualizado em 14 mar 2020, 08h25 - Publicado em 14 mar 2020, 08h25
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  • A incontinência urinária, caracterizada pela perda involuntária de urina, é um problema que acomete muitos brasileiros e ainda permanece um tabu. Um estudo realizado no país aponta que 45% das mulheres e 15% dos homens acima dos 40 anos apresentam a condição.

    Há diversos tipos de incontinência urinária, sendo as mais comuns a de esforço, que acontece ao tossir, espirrar, carregar peso ou levantar-se, e a de urgência, que é uma vontade repentina e incontrolável de urinar tão intensa que não se consegue chegar a tempo ao banheiro.

    Os fatores de risco para as mulheres estão ligados a antecedentes de cirurgias ginecológicas, ter muitos filhos ou obesidade e diabetes. Em ambos os sexos, a idade avançada e doenças neurológicas elevam a probabilidade de ter o problema.

    A incontinência pode ter várias repercussões negativas no dia a dia e na qualidade de vida. Pessoas com a doença costumam sofrer de maiores níveis de ansiedade e depressão, enfrentar uma redução da produtividade no trabalho e se afastar do convívio social e da intimidade com o parceiro. Além disso, o uso de absorventes e fraldas representa para muitos um incômodo e um gasto adicional, além de aumentar o risco de dermatites.

    O acompanhamento médico é essencial inclusive porque, em alguns casos, a incontinência pode ser manifestação de problemas de saúde mais graves, como infecções, pedra na bexiga, distúrbios neurológicos ou até tumores de bexiga ou próstata.

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    Felizmente, tem tratamento para a incontinência urinária, e ela pode ser até curada. A escolha do plano terapêutico depende da causa e da gravidade do problema. Geralmente são priorizadas medidas como prescrição de medicamentos — com ótima eficácia e poucos efeitos colaterais, notadamente para casos de incontinência de urgência e homens com problemas na próstata — e sessões de fisioterapia para a bexiga e o assoalho pélvico. Em casos mais complexos se recorre a cirurgias.

    Além dessas intervenções, o tratamento também passa por mudanças comportamentais, como evitar tomar líquidos em excesso, realizar micções mais frequentes e periódicas, tratar a constipação intestinal e controlar outras condições como diabetes e obesidade.

    A prevenção da incontinência urinária consiste na adoção ou na manutenção de um estilo de vida saudável, com a prática regular de atividades físicas, boa alimentação e, se necessário, perda de peso.

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    É fundamental ter a consciência de que esse é um problema que afeta muitas pessoas, mas pode ser controlado. Portanto, reconhecer a incontinência e procurar o tratamento correto junto ao urologista ou ginecologista especializado é o primeiro passo para que ela não comprometa a qualidade de vida. Em pleno século 21, esperamos que a incontinência não leve mais ninguém à depressão ou ao isolamento social.

    * Dr. Cristiano Mendes Gomes é urologista e chefe do Departamento de Disfunções Miccionais da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)

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