A pneumonia é uma condição que acomete o pulmão, geralmente causada por bactérias ou vírus.
Seus sintomas incluem falta de ar, dor no peito e tosse. O tratamento depende da causa, mas não deve ser menosprezado.
De acordo com a coalizão Every Breath Counts, a pneumonia é a principal razão de morte por doenças infecciosas no mundo: foram 2,5 milhões de vítimas fatais em 2019. A cada 39 segundos, uma criança morre desse problema, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O que é pneumonia
A pneumonia é uma inflamação que acomete os pulmões.
Para ser mais exato, ela atinge principalmente os bronquíolos (pequenos tubos que transportam o ar dos brônquios para os alvéolos, onde ocorre a troca gasosa) e o interstício (tecido mais interno do órgão).
Geralmente, a pneumonia é causada por agentes infecciosos — inclusive o coronavírus —, mas também pode decorrer da ação de substâncias químicas.
Sintomas da pneumonia
Como em outras doenças respiratórias, a tosse é um dos principais sinais de pneumonia. Mas seus sintomas, em geral, são mais intensos do que os de um resfriado ou gripe comuns.
- Tosse com ou sem catarro
- Dor no peito
- Falta de ar
- Febre
- Dor de cabeça e no corpo
- Mal-estar
- Falta de apetite
Em algumas situações, é possível haver ainda a pneumonia silenciosa ou assintomática. Nesse caso, as manifestações são mais brandas, mas o risco de complicações ainda existe. O termo, aliás, não é consenso entre especialistas.
Ah, e talvez você já tenha ouvido falar de uma suposta pneumonia silenciosa. “Mas essa é uma terminologia que a gente não costuma utilizar. O que existe são indivíduos que às vezes têm menos sintomas”, explica Monteiro.
Tipos de pneumonia
São vários, classificados de acordo com o agente causador da doença, que pode ser um patógeno, uma substância presente no meio ambiente ou até mesmo um alimento ou bebida.
Pneumonia bacteriana
É a versão mais comum, causada em boa parte pela bactéria Streptococcus pneumoniae.
É provocada pela inalação de gotículas respiratórias contaminadas ou por bactérias já presentes no organismo, que geram estragos quando a imunidade fica baixa.
Pneumonia viral
Desencadeada por vírus que afetam o sistema respiratório, como os da gripe e da própria Covid-19.
Pneumonia fúngica
Ocasionada por fungos. Acomete indivíduos que estão imunodeprimidos, a exemplo de pessoas com câncer.
Pneumonia química
Aqui o problema não é um agente infeccioso, e sim a inalação de substâncias tóxicas.
“Se alguém é exposto a um grande incêndio, é possível desenvolver pneumonia pela inalação de partículas liberadas na queima”, exemplifica o pneumologista José Tadeu Colares Monteiro, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Pneumonia atípica
Essa inflamação é deflagrada por vírus e bactérias menos comuns ou associados a problemas respiratórios. Aqui, há uma predominância de sintomas no resto do corpo, não só ligados aos pulmões.
Pneumonia nosocomial
É o nome dado para quem sofre com esse problema em decorrência de uma internação no hospital. Ao contrário das outras versões, o agente infeccioso não entra no corpo pela inalação, mas por aparelhos hospitalares colocados no paciente.
Pneumonia aspirativa
Ocorre quando líquidos ou pedaços de alimento, por exemplo, não são engolidos direito e acabam parando nos pulmões.
Esses itens podem estar colonizados por agentes infecciosos, que então causam danos nos pulmões. Em geral, é resultado da dificuldade de deglutir a comida, o que é mais comum no começo da infância ou na terceira idade.
Fatores de risco da pneumonia
“Crianças, idosos e pacientes com algum grau de comprometimento imunológico, como portadores de doenças crônicas ou pessoas em tratamento de câncer, são os mais suscetíveis”, lista o pneumologista.
Ainda assim, qualquer um pode ter um episódio de pneumonia, especialmente em períodos de menor imunidade. Má alimentação, falta de sono, estresse e sedentarismo ajudam a enfraquecer nossas defesas naturais.
Como funciona o diagnóstico
“Ele é eminentemente clínico, feito em consultório a partir de sintomas e avaliações. Mas também é possível usar raio-X de tórax, tomografia e exames de sangue para auxiliar”, informa Monteiro. A escolha por esses exames depende do profissional de saúde.
Tratamento da pneumonia
A estratégia varia de acordo com o gerou a doença. Para a versão bacteriana, usam-se antibióticos. Antifúngicos podem entrar em cena quando a causa é um fungo. E por aí vai.
Além disso, o médico não raro recorre a remédios anti-inflamatórios. Em situações mais críticas, o paciente recebe o apoio de máquinas para respirar melhor. É o que tem acontecido frequentemente com a Covid-19. A fisioterapia respiratória é outra opção.
E, claro, há diferentes estratégias para amenizar os sintomas enquanto a pneumonia segue seu curso.
Quais são as complicações
A maior preocupação é o quadro de sepse. Quando a inflamação não é tratada, o germe entra na corrente sanguínea, espalha-se pelo corpo e acarreta uma infecção generalizada.
“O quadro evolui para uma insuficiência respiratória, levando o paciente a precisar de um suporte de ventilação mecânica”, relata Monteiro. O risco de morte é considerável.
Em casos raros, a pneumonia lesiona os pulmões, ou parte deles, de maneira irreversível. Isso afeta o fôlego e exige supervisão por longos períodos de tempos.
Como prevenir a pneumonia e a importância das vacinas
Pra começo de conversa, adote um estilo de vida saudável. Incorpore uma alimentação balanceada, pratique exercícios físicos, não fume e evite bebidas alcoólicas.
Outra coisa importante sempre é manter hábitos de higiene, como lavar as mãos, e deixar os ambientes bem ventilados.
E, claro, tome as vacinas que protegem contra diferentes causadores de pneumonia. Há o imunizante da gripe, o que protege contra diferentes sorotipos da bactéria Streptococus pneumoniae e, agora, o da Covid-19.