Conhecido pela busca obsessiva por frear o próprio envelhecimento, o milionário Bryan Johnson voltou a ser alvo de manchetes nesta semana. Posando com uma bolsa do que chamou “ouro líquido”, o empresário anunciou que havia passado por um procedimento em que removeu o plasma sanguíneo de seu corpo e substituiu por albumina.
Segundo Johnson, a técnica permitiria remover definitivamente os “poluentes não naturais” que circulam pelo organismo, como microplásticos, algo que nossos órgãos responsáveis pela filtragem de impurezas, como o fígado e os rins, não seriam capazes de realizar com sucesso, incrementando sua busca por uma juventude celular eterna.
O empresário, que hoje tem 47 anos, garante que os testes realizados em seu corpo indicam que sua “idade celular” seria cerca de cinco anos abaixo disso. O grande e ambicioso objetivo seria ter um corpo funcionando como o de uma pessoa de 18 anos, contrariando a própria idade natural.
O que o empresário fez
No procedimento divulgado nesta semana, Bryan Johnson fez a chamada troca total de plasma (TPE, na sigla em inglês), substituindo-o por albumina, uma proteína presente no sangue. Ele diz que recorreu a essa técnica após um procedimento com objetivos semelhantes não dar resultado no ano passado. Na época, ele trocou um litro de sangue com o próprio filho.
Na TPE, o plasma é filtrado e removido com ajuda de uma máquina, e posteriormente um fluido com glóbulos vermelhos é utilizado para repor o que foi retirado – a albumina pode ser adicionada na reposição, como ocorreu agora. Ainda sem certeza de que a técnica trará algum efeito, ele diz que vai passar seis vezes pelo tratamento para mensurar os resultados.
Além dos procedimentos que ganham as manchetes, Johnson mantém outras rotinas na busca incessante por barrar o envelhecimento. O empresário afirma seguir uma dieta estritamente vegana que se limita a 1.977 calorias por dia, com o uso de mais de uma centena de suplementos alimentares por dia.
Ele gasta US$ 2 milhões por ano em diferentes procedimentos – que incluem testes regulares para avaliar a saúde geral, como exames de ressonância magnética, exames de sangue e colonoscopias.
Faltam evidências
Apesar das afirmações feitas por Johnson, ainda faltam evidências para comprovar que as técnicas são tão efetivas quanto ele proclama – e, caso sejam para ele, há incerteza sobre até que ponto elas poderiam ser replicadas por outras pessoas.
O próprio empresário admitiu, nas redes, que no caso do TPE feito nos últimos dias os resultados são “emergentes”, ou seja, ainda estão vindo à tona, sem possibilitar uma conclusão.
Médicos ao redor do mundo também criticam o “biohacker” por sugerir que sua estratégia poderia servir para qualquer pessoa, minimizando a complexidade do tema em busca de ganhos comerciais. Isso porque, além da autopromoção, Johnson aproveita a fama para vender produtos que, afirma, poderiam fazer seus seguidores rejuvenescerem também.