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Interação social restrita pode conter avanço da Covid-19 após quarentena

Estudo sugere que manter contatos só com grupos pequenos seria uma forma de manter o coronavírus sob controle, após a fase mais restritiva do isolamento

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 18 ago 2020, 10h45 - Publicado em 16 jun 2020, 12h36

O isolamento social é a medida mais eficaz para achatar a curva de transmissão da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). A longo prazo, contudo, ele tem efeitos negativos importantes na saúde física e mental dos indivíduos. Em locais onde o problema está controlado, uma saída para ajudar a evitar uma segunda onda seria restringir os contatos das pessoas sempre a um mesmo grupo.

Pelo menos é o que sugere um estudo publicado na Nature Human Behaviour por pesquisadores da Universidade Oxford, na Inglaterra. A partir de dados reais, eles simularam uma rede de conexões sociais com 2 mil indivíduos. E, ancorados na capacidade de transmissão do coronavírus, estimaram sua disseminação em quatro cenários diferentes:

  • Pessoas que mantém laços sociais sem quaisquer restrições
  • Pessoas que só interagem com similares (colegas de trabalho ou amigos da mesma idade). Esses grupos já convivem entre si naturalmente e interagem por meio de pontos em comum
  • Pessoas que só interagem com um mesmo grupo fechado, selecionado e pequeno (de três indivíduos)
  • Pessoas que só interagem com um mesmo grupo fechado, selecionado e pequeno e com quem também está fazendo uma restrição similar em outras “bolhas”

Pois bem: em um universo de 2 mil pessoas, um sujeito infectado, ao completar 20 interações sem quaisquer limitações, teria potencial de espalhar o coronavírus para outros 1 500 indivíduos. Ora, ele estaria conversando com várias turmas diferentes – e cada uma espalharia a enfermidade por aí a partir desse contato inicial.

Já nos outros modelos, em que o infectado tende a conviver com um mesmo grupo, o pico de contaminados demora mais do que 20 interações para ser atingido — e fica na casa de 500 pessoas.

Se fosse possível seguir à risca a proposta de só se aproximar do seu grupinho de três pessoas (e de outros sujeitos que seguem essa regra), haveria uma redução de 60% no pico da doença e de 30% no número de infectados. Isso em comparação com um cenário sem limitações.

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Ocorre que esse plano é muito difícil de ser aplicado, porque exige altíssimas doses de cooperação e cuidado de todos. Fora isso, a maioria da população precisa interagir com múltiplos círculos sociais (trabalho, família, escola), o que praticamente inviabiliza a adoção dessa tática mais radical.

Uma solução realista, segundo os autores, é uma espécie de mistura entre essa estratégia e aquela em que as interações se limitam a pessoas com interesses em comum. Ou seja, você poderia se manter em círculos menores de contato e, quando não for possível, restringir as interações com quem já convive por causa do trabalho ou por morarem um ao lado do outro, por exemplo. Isso significa não se aproximar de sujeitos que não conhece, evitar fugas da rotina e por aí vai.

Esses modelos híbridos também demonstraram achatar a curva de contágio.

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