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Efeito sanfona é mais saudável que ficar sempre obeso, diz estudo

Pesquisa sugere que o vaivém de peso é menos danoso do que o excesso constante de gordura. Mas especialistas veem a descoberta com cautela. Entenda:

Por Pâmela Carbonari (da Superinteressante)
Atualizado em 26 fev 2017, 16h51 - Publicado em 26 fev 2017, 16h51

Quem já fez dieta na vida e conseguiu eliminar alguns quilinhos sabe como é fácil ganhar o peso perdido depois de algum tempo. Barrar o efeito sanfona não é uma tarefa simples, mas uma nova pesquisa da Universidade do Alabama, em Birmingham, sugere que ficar nesse vai e vem dos ponteiros da balança não é tão prejudicial assim para a saúde.

Os cientistas envolvidos nessa pesquisa contrariam o senso comum do “já que vou ganhar esses quilos de volta, melhor nem tentar”. Para eles, emagrecer e engordar depois de um tempo é melhor que continuar gordo.

O bioestatístico David Allison, responsável pelo estudo, chegou à conclusão ao observar variações de peso em ratos. A equipe de Allison percebeu que roedores obesos estimulados a engordar e emagrecer para simular o efeito sanfona viveram mais que aqueles que continuaram obesos. Além disso, os que tiveram alterações de peso não sofreram danos.

Para Allison, as pessoas deveriam encarar a dieta como uma ida ao dentista. “Se você for ao dentista a cada seis meses, ele vai encontrar algumas placas nos seus dentes e limpá-las. Então vai te dar uma escova de dentes, um fio dental e dizer para você manter a limpeza dos dentes. Em seis meses, a placa vai voltar; o mesmo acontece com a perda de peso. E ninguém diz que odontologia é um fracasso.”

Em seu discurso no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), em Boston, Allison ainda disse que não é uma má ideia perder peso mesmo sabendo que depois de um tempo você vai ganhá-lo de volta.

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Mas essas declarações e a tese do pesquisador não foram bem recebidas pela comunidade científica. Outros especialistas em alimentação se mostraram reticentes aos “benefícios” do efeito sanfona e alertam para os riscos que ele representa para a saúde.

Autor do livro The Diet Myth (ainda sem título em português), Timothy Spector, do King’s College de Londres, defende que esse tipo de comportamento alimentar deve ser evitado a todo custo. Ele desenvolveu pesquisas sobre dieta ioiô com 5 mil pessoas gêmeas. “As informações que temos sobre efeito sanfona em seres humanos mostram que perder e ganhar peso faz você engordar depois de um tempo. No estudo com irmãos gêmeos, o gêmeo que fez dieta era geralmente mais gordo a longo prazo que seu irmão que não fez nada.”

Um recente estudo israelense sobre o assunto, também realizado com ratos, demonstrou que o efeito sanfona interferiu no funcionamento dos micróbios intestinais – o que alterou permanentemente a regulação de energia do corpo. Esses mesmos micróbios causaram obesidade quando transplantados ao intestino de outros roedores.

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De qualquer forma, a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. A Organização Mundial da Saúde projeta que se nada for feito, 700 milhões de adultos estarão obesos e 2,3 bilhões de pessoas terão sobrepeso até 2025.

No Brasil, o problema é ascendente e preocupa as autoridades de saúde. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em conjunto com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), divulgou um levantamento que mostra o crescimento do número de pessoas com sobrepeso no país: de 51,1% em 2010 para 54,1% em 2014. A obesidade aumentou de 17,8% em 2010 para 20% em 2014 – sendo maior em mulheres.

Por via das dúvidas, se você realmente quiser ou precisar emagrecer, aposte em uma das atitudes mais essenciais para a eficácia de uma dieta: o acompanhamento médico.

Este conteúdo foi publicado originalmente na Superinteressante.

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