Contra a inércia: por que precisamos falar de comportamento sedentário
Nova edição de VEJA SAÚDE alerta para o hábito que é um dos maiores inimigos da expectativa e da qualidade de vida: ficar tempo demais sentado
Nunca fui bom em física — devo confessar que, no colégio, era a disciplina na qual tinha mais dificuldades —, mas um conceito que aprendi na escola e guardei para a vida é o princípio da inércia.
Também conhecido como Primeira Lei de Newton, batizada em homenagem ao grande pensador inglês que a cunhou, ela ensina que um corpo em repouso tende a permanecer assim a menos que uma força atue sobre ele.
Pois eu diria que, no desenrolar do século 21, essa é uma lei que passou a reger boa parte da humanidade. Nunca antes na história deste planeta ficamos tanto tempo sentados e parados — botando a mente para trabalhar ou navegar numa tela, mas deixando o esqueleto, os músculos e companhia estacionados.
Ah, e como é difícil sair dessa inércia! Me dou como exemplo: desde a pandemia, e com a chegada dos filhos, não consegui estabelecer uma rotina de exercícios. Tenho mil e uma desculpas para justificar — incluindo a revista que você tem em mãos. Mas assumo que nem sempre elas se sustentam e estou, com atraso, sem dúvida, me planejando para voltar a suar a camisa.
Ao menos, durante o expediente, sou daqueles que levantam com frequência, seja para pegar um copo de água, seja para caminhar enquanto falo ao telefone — talvez movido a um tanto de hiperatividade.
Me abro aqui porque imagino que inúmeros leitores se veem em situação semelhante, com a noção de que precisam se movimentar mais, mas reféns do princípio da inércia. Só que nosso organismo, esculpido por milhões de anos de evolução, não foi concebido para ficar assim, pousado horas e horas numa cadeira ou numa poltrona.
Fomos programados para nos mexer. Só que, com as revoluções industriais, sociais e culturais, avançamos no tempo e paramos no espaço. Daí a epidemia de inatividade física diagnosticada no Brasil. Não é fácil romper com o sedentarismo. Sinto na carne e na mente o desafio.
Mas, depois de ler a reportagem de capa desta edição, um projeto de fôlego da jornalista Ingrid Luisa, saio com a convicção de que não posso (ou melhor, não podemos) abrir mão disso.
Não só a falta de exercícios na rotina compromete o bem-estar físico e emocional como o chamado comportamento sedentário — essa história de ficar quase um dia inteiro trabalhando ou relaxando na frente do celular e acomodado em um assento — enferruja nossas engrenagens vitais.
Precisamos nos mobilizar! Literal e urgentemente. Vamos juntos superar a inércia?
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O time de VEJA SAÚDE é cheio das ideias, ávido por compartilhar notícias e pensatas com a audiência. No mesmo mês, recebi a proposta de dois dos nossos repórteres para tocar uma coluna no site.
Um espaço próprio, propício para mergulhar em uma temática. Sugestão dada, sugestão aceita! A partir de agora, poderemos acompanhar no portal os blogs Plural & Singular, de Lucas Rocha, com foco em comportamento e diversidade, e Beleza sem Filtro, de Ingrid Luisa, sobre lançamentos e tendências de beleza. Eles terão muito o que dividir com vocês.