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Antonio Lancha Jr, professor expert em atividade física e nutrição da USP e autor de livros como "O Fim das Dietas", ensina como emagrecer sem cair em promessas furadas
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Como ajudar alguém que você ama a emagrecer

O que nós falamos pode, mesmo com a melhor das intenções, mais atrapalhar do que auxiliar quem quer perder peso. Nosso colunista ensina a evitar isso

Por Antonio Lancha Jr.
Atualizado em 3 abr 2019, 12h30 - Publicado em 28 mar 2019, 09h57

Quer perder peso? Então consuma alimentos sem isso ou sem aquilo! Cruze a cidade para comprar um fruto exótico que você nem experimentou! Abra mão das comidas que lhe dão prazer! Faça exercício todo dia! Sejamos sinceros: em uma escala de 0 a 10, o quão comprometido com o emagrecimento você fica após ouvir um amigo ou parente dizer frases como essa?

Eu já falei disso no livro [amazon_textlink asin=’8555790700′ text=’O Fim Das Dietas’ template=’ProductLink’ store=’v0858-20′ marketplace=’BR’ link_id=’4cde8f0e-9cd1-4ad9-8c2c-857735cccdcc’], mas não custa repetir: dietas não funcionam porque colocam o alimento como inimigo. Então martelar esse tipo de informação na cabeça de outra pessoa não costuma surtir bons resultados no longo prazo.

Lembre-se que um dos primeiros contatos que temos com o mundo após o nascimento é por meio da comida – o bom e completo leite produzido exclusivamente para você pela sua mãe. E você quer lutar contra isso?!

A revista cientifica JAMA Network publicou recentemente um artigo que traz uma visão mais moderna sobre como abordar o emagrecimento. Intitulado de “Tratamento da obesidade, distante das diretrizes”, o texto traz reflexões interessantes.

Pois eu gostaria de focar em uma: os profissionais de saúde e as pessoas em geral deveriam pedir permissão para o ouvinte antes de sair dando conselhos por aí. É uma técnica simples e que demonstra respeito e carinho.

Toda vez que escutamos sugestões sem termos dado consentimento para isso, criamos uma maior resistência para aquela informação. Basta imaginar uma mãe (ou um pai, um marido, um filho…) recitando a cartilha do emagrecimento que já conhecemos de cor. Ninguém quer ouvir como deve conduzir a própria vida de maneira autoritária.

Essa atitude afasta a pessoa do objetivo da conversa e, o que é mais provável, estimula-a a adotar o comportamento exatamente inverso ao que é proposto. Isso vale para tudo, não apenas emagrecimento – porém, nesse tópico em especial, a consequência pode ser ainda mais desastrosa.

Então como devemos proceder quando observamos alguém próximo de nós acima do peso e desejamos que ele se cuide?

Tecnicamente, a motivação precisa sair de dentro da pessoa. Existe uma frase que gosto bastante: “os portões da mudança se abrem de dentro para fora”. A insistência pura e simples só faz o indivíduo colocar mais cadeados nos portões da mudança.

Frases como “você vai ficar doente” ou “seu diabetes vai piorar” sabidamente não ajudam. Esqueça esses discursos envelhecidos e, antes de oferecer apoio, verifique se a pessoa o quer.

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Quando souber da sua preocupação genuína com a saúde dele e quando estiver interessado em promover alguma mudança, acredite: seu ente querido irá te procurar.

A mesma coisa vale para o profissional de saúde. O ambiente do consultório é, teoricamente, o mundo ideal. Naquela sala, o paciente promete tudo e mais um pouco. Mas, saindo dali, a vida real se impõe e os compromissos lá assumidos, se não estão ancorados em uma motivação verdadeira, ficam pela sarjeta.

Para que alguém mude, é fundamental que deseje mudar. Para ouvir suas sugestões, pergunte se ela quer ouvir e, se sim, vá com calma nas orientações. Pequenos passos são mais fáceis de serem alcançados e dão força para o projeto de emagrecimento.

Esteja presente na vida de quem é de fato importante, ouça quando ela quiser falar e fale somente quando ela quiser te ouvir.

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