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O Futuro do Diabetes

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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Chega ao Brasil uma insulina realmente rápida

Nosso colunista comenta o lançamento de um novo tipo de insulina que promete facilitar e melhorar o controle da glicose no dia a dia de pessoas com diabetes

Por Dr. Carlos Eduardo Barra Couri
24 Maio 2020, 15h51
insulina ultrarrápida
A insulina ultrarrápida é utilizada com canetas de aplicação e começa a agir assim que é introduzida no corpo (Ilustração: Otávio Silveira/SAÚDE é Vital)
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Muitas pessoas com diabetes precisam usar insulina diariamente para manter os níveis de glicose no sangue adequados e prevenir as temidas sequelas a longo prazo.

A insulina salva a vida de pessoas com diabetes tipo 1. Antes do desenvolvimento do hormônio para tratamento, em 1922, ter essa doença era sinônimo de morte. Mas engana-se quem pensa que insulina é “coisa” exclusiva de quem tem diabetes tipo 1. Pessoas com o tipo 2 da doença, o mais prevalente, também podem ter de usar o hormônio no dia a dia.

Atualmente, podemos agrupar as insulinas em dois grupos: as de ação rápida e as de ação lenta. As insulinas de ação lenta são necessárias para manter a glicose no sangue estável entre as refeições e na madrugada. Já as de ação rápida são fundamentais para o organismo processar os alimentos durante as refeições, evitando a subida da glicose assim que o indivíduo come.

O fato é que as insulinas rápidas que tínhamos até hoje no Brasil não eram nada rápidas. Elas demoram a começar a agir, têm um pico de ação tardio e demoram a ser eliminadas do corpo.

Só para ter ideia, a pessoa com diabetes deveria planejar qual seria sua refeição e a quantidade de alimento e aplicar a insulina rápida de 15 a 20 minutos antes de comer. Na prática, isso não é nada simples de ser feito várias vezes por dia.

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A maioria dos pacientes acaba aplicando imediatamente antes e, aí, a insulina demora a agir e não previne o pico de glicose que naturalmente ocorre após a refeição.

É nesse cenário que chega ao país a insulina ultrarrápida. Ela começa a agir imediatamente após a aplicação, tem um pico de ação mais próximo ao que ocorreria em uma pessoa sem diabetes e ainda é rapidamente eliminada do organismo.

O novo produto é tão rápido que, se o paciente estiver na dúvida sobre quanto e o que vai comer, dá pra aplicá-lo até 20 minutos depois do início da refeição.

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A “mágica” para a criação dessa insulina ultrarrápida foi a adição de duas moléculas, a nicotinamida e a L-arginina, a uma das insulinas rápidas já existentes no mercado, a Asparte. A incorporação desses elementos faz com que a fórmula se torne ainda mais ágil e prática — ponto para o paciente!

Segundo a farmacêutica Novo Nordisk, responsável pela inovação, a insulina ultrarrápida tem indicação ampla, sendo potencialmente recomendada para pessoas com diabetes tipo 1, diabetes tipo 2, indivíduos acima de 1 ano de idade, gestantes e mulheres que estão amamentando.

Enfim, chegou uma insulina rápida que faz jus ao nome.

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