Em 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, como forma de chamar a atenção para os prejuízos do tabagismo. E esse é também um assunto dos pediatras.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 38 milhões de crianças, de 13 a 15 anos, consomem tabaco. Mas existe um outro grande vilão que já faz parte da vida de muitos adolescentes e que já está preocupando os especialistas.
Um crescente números de jovens tem feito uso dos e-cigarros, também conhecidos como vape ou cigarro eletrônico.
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Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatra (SBP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), o uso do dispositivo em qualquer faixa etária traz graves prejuízos para a saúde individual e coletiva.
O cigarro eletrônico traz em sua composição altos índices de nicotina e de outras substâncias nocivas que podem gerar doenças cardiovasculares e pulmonares, dependência química e, em casos mais graves, levar à morte.
A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) emitiu alertas sobre como o hábito de usar esses produtos desencadeia sintomas agudos, como tosse, falta de ar, dor no peito, náusea, vômito, diarreia; febre e calafrio podendo evoluir para um quadro de pneumonia.
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O cigarro eletrônico contém uma solução líquida que é vaporizada, para depois ser inalada. Além da nicotina e de outros compostos químicos, pode conter extratos de ervas ou outros tipos de saborizantes, que incentivam o uso entre os jovens.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) realizada em 2019, sobre a saúde de adolescentes de 13 a 17 anos de idade matriculados nas redes pública e privada, 22,6% dos estudantes nessa faixa etária já experimentaram cigarro pelo menos uma vez; 26,9% usaram o narguilé e 16,8% o cigarro eletrônico.
O material ainda mostra que adolescentes que fumam narguilé ou cigarro eletrônico têm quatro vezes mais chances de consumirem cigarro de tabaco no futuro.
O tabagismo é considerado um dos maiores problemas de saúde pública, tamanho o impacto que o uso traz à saúde e à economia da sociedade.
Por esse motivo, o acompanhamento e orientação vinda dos pais e das escolas são fundamentais para que os adolescentes não façam de algo que eles compreendem como “diversão”, um vício.