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O relógio da cárie: o momento em que as bactérias atacam os dentes

Problema continua à solta na boca do brasileiro. Escovação no horário certo diminui risco de padecer com ele

Por Camillo Anauate Netto, cirurgião-dentista*
Atualizado em 29 nov 2021, 11h04 - Publicado em 29 nov 2021, 11h04

A cárie dental ainda é um dos problemas bucais mais comuns. Ela não escolhe idade, mas aparece em qualquer pessoa que lhe deixar o ambiente propício, com acúmulo de alimentos entre os dentes e ausência de higiene bucal. E é mais séria do que muita gente imagina: a falta de tratamento pode levar à perda dentária, situação ainda frequente na população brasileira.

De acordo com a última Pesquisa Nacional em Saúde, realizada pelo IBGE, 11% da população brasileira perdeu todos os dentes e 33% necessita de alguma prótese dentária. Um dos motivos é justamente a cárie. Esses dados preocupantes apontam para uma ineficiência nos cuidados bucais adotados pelos cidadãos.

É um problema que começa cedo: seis a cada dez crianças de até 5 anos por aqui têm pelo menos um dente cariado. Entre os adolescentes, a média é de seis dentes, subindo para 20 entre os adultos.

A cárie é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma doença crônica, desigualmente distribuída, com forte ônus econômico e de impacto na qualidade de vida das pessoas. Causa dor, perda dos dentes, ausência na escola ou no trabalho, prejuízos no desempenho diário e na estabilidade emocional.

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A prevenção é essencial para revertermos esse cenário. Para evitarmos ou, ao menos, diminuirmos a presença das cáries na população, recomendamos a escovação ao menos três vezes ao dia, priorizando escovas de cerdas macias e planas, associadas ao uso do fio dental ou de escovas interdentais, após as refeições principais.

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As bactérias presentes na boca consomem o açúcar dos alimentos, transformando-o em ácidos. E estes ácidos, por sua vez, desmineralizam os dentes de forma progressiva. No início, surgem manchas brancas, que posteriormente podem se tornar cáries.

A orientação é que após 20 a 30 minutos da ingestão dos alimentos açucarados ou ácidos seja feita a desorganização da placa bacteriana pela escovação dental. Outro conselho é consumir esses alimentos junto às refeições principais e não no intervalo entre elas. Assim, não deixamos de escovar os dentes e impedimos os mecanismos oportunistas e favoráveis ao problema. Sim, é uma espécie de relógio da cárie.

Além da higiene, sugerimos que se evite o consumo de açúcares e é fundamental realizar consultas periódicas ao dentista. Prevenir é sempre o melhor remédio e o flúor é um grande coadjuvante no controle da cárie. Independentemente da maneira usada, seja por meio das águas fluoretadas, da pasta de dente ou da aplicação no consultório, a substância segue como essencial no combate à doença.

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No Brasil, desde 1974 a legislação estabelece como obrigatória a fluoretação da água em todas as Estações de Tratamento de Água (ETA). A medida preventiva ocorre há mais de 60 anos em todo o mundo. É uma prática que tem auxiliado significativamente na diminuição dos índices de cárie. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2003, 69% das crianças de 12 anos tinham cárie. Já em 2010 esse número caiu para 56%.

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Nem sempre as cáries são visíveis ou causam sintomas, e, quanto antes forem detectadas, mais fácil é o tratamento. Por isso, é de suma importância visitar o dentista. Até porque o tártaro, que é a calcificação da placa bacteriana, deve ser removido em consultório. E as bactérias também estão implicadas em outros problemas, como gengivite e periodontite.

Por isso, não postergue ou negligencie os cuidados com a saúde bucal. Ela garante longevidade aos dentes e às restaurações e torna o ambiente menos vulnerável à cárie e afins.

* Camillo Anauate Netto é cirurgião-dentista e conselheiro do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp)

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