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Enxaqueca frequente derruba o rendimento no trabalho

Pesquisa comprova que as dores de cabeça prejudicam até a tomada de decisão. Tratamento pode envolver de medicamentos a cirurgia

Por Paolo Rubez, cirurgião*
Atualizado em 7 abr 2022, 15h58 - Publicado em 7 abr 2022, 15h56
dor de cabeça no trabalho
Enxaqueca recorrente afeta memória, raciocínio e até capacidade física no trabalho.  (Foto: Tomás Arthuzzi/SAÚDE é Vital)
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A cabeça latejando por horas é apenas um dos sintomas das crises de enxaqueca, um tipo de dor de cabeça que ainda é caracterizado por um desconforto intenso em um ou nos dois lados do crânio, náusea e sensibilidade à luz e ao som.

Uma crise de enxaqueca pode durar de quatro a 72 horas, com dores que chegam a transcorrer uma semana. Agora, pela primeira vez, um estudo mostrou especificamente as repercussões do problema na nossa capacidade de trabalho.

A pesquisa da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, envolveu 5 mil pessoas e concluiu que a enxaqueca frequente reduz os rendimentos e resultados em três situações:

  • Memória
  • Tomada de decisão rápida
  • Trabalho físico mais árduo

Esses efeitos negativos foram notados tanto no grupo de pacientes que não usavam analgésicos quanto naqueles que tomavam esses remédios diariamente.

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Cabe pontuar que a doença é a principal causa de deficiência funcional na população com menos de 50 anos. As dores crônicas afetam a qualidade de vida e a produtividade e levam a mais licenças médicas.

O tratamento da enxaqueca pode envolver diversas classes de medicamentos, procedimentos como aplicação de toxina botulínica e cirurgias específicas. Sobre esse último recurso, diversos estudos dão respaldo à cirurgia: quando não cessa a dor em definitivo, ela ajuda a reduzir a intensidade do incômodo e o uso de remédios.

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A cirurgia da enxaqueca, definida como descompressão dos nervos periféricos, consiste numa “desativação” nos locais de gatilho da dor. Trata-se de uma estratégia relativamente nova, mas respaldada pela ciência e indicada a pacientes com enxaquecas resistentes.

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Um estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, publicado no ano passado, corrobora que o procedimento, que deve ser feito por cirurgiões habilitados, melhora as crises e diminui a dependência de medicamentos analgésicos. Mais uma arma no arsenal contra a doença.

* Paolo Rubez é cirurgião plástico, mestre pela Unifesp e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica 

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