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Antonio Lancha Jr, professor expert em atividade física e nutrição da USP e autor de livros como "O Fim das Dietas", ensina como emagrecer sem cair em promessas furadas
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A difícil arte de alcançar o déficit calórico para emagrecer

Quem nunca ouviu que o segredo do emagrecimento é gastar mais calorias do que consumir? Na teoria, parece tranquilo. Mas na prática...

Por Antonio Lancha Jr.
21 out 2021, 10h38

Tradicionalmente, diversos colegas cientistas e a mídia em geral contam a fórmula secreta do processo de emagrecimento: basta estabelecer o déficit calórico, ou déficit energético. Em resumo, significa gastar mais calorias do que consumir.

Acontece que nosso organismo possui mecanismos para impedir que o prejuízo energético se sobreponha ao superávit.

Por exemplo: quando o estômago se encontra sem alimentos, produzimos hormônios que agem estimulando a fome, como é o caso da grelina. Metade vem do estômago e o restante, do intestino. Assim, depois de longos períodos de barriga vazia, a produção de grelina se eleva muito rapidamente. Ou seja, o corpo luta contra o jejum para conter perdas energéticas.

Agora, se passamos muito tempo sem oferecer especificamente carboidratos ao organismo, o sistema nervoso central se ressente e inicia o processo de estimulação da ingestão de fontes desse nutriente.

Lembro quando fui voluntário em um estudo e não podíamos ingerir esse grupo alimentar. Todos os participantes (inclusive eu) ficaram com muita vontade de quebrar a orientação. Demos até um apelido para isso: “padarite”, que era o desejo louco de entrar em uma padaria e atacar todos os pães disponíveis ali. Isso mostra que a privação de produtos contendo carboidratos é identificado pelo organismo, que acaba induzindo seu consumo.

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A restrição de itens que concentram lipídios, ou gorduras, é outro exemplo importante. Os sabores e aromas deles são caracterizados pela presença de ácidos graxos voláteis. Dessa maneira, o baixo consumo de alimentos ricos no nutriente faz o organismo ficar sensível ao cheiro dessas receitas.

Além disso, a digestão de uma refeição pobre em gorduras ocorre mais rapidamente e, em pouco tempo, nos sentimos prontos para comer mais.

E se a privação for de alimentos ricos em proteínas? Mesmo assim, o corpo tentará impedir que esse comportamento perdure. A baixa disponibilidade do nutriente propiciará a elevação de diversos hormônios produzidos pelo intestino, que atuam no centro da fome.

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Invariavelmente, teremos um estímulo potente, regulado pelo sistema límbico – trata-se do nosso centro que armazena paladares e identifica essas deficiências. Resultado: a busca por alimentos que ofertem proteína.

A restrição de calorias é mais um ponto que merece destaque. Ao ingerir todos os nutrientes adequadamente, porém, numa quantidade menor do que a necessária, nossas reservas de gordura serão comprometidas.

Quando isso acontece, os adipócitos, que são nossas células de gordura, liberam uma menor quantidade de um hormônio chamado leptina. Se essa substância aparece em menor concentração no corpo, a sensação de fome dispara – a consequência, claro, é a procura por mais comida.

Portanto, quando alguém disser que basta focar no déficit energético para emagrecer, lembre-se desses mecanismos todos. Não é que eles sejam intransponíveis. Mas, para superá-los, necessitamos de estratégias individualizadas e um forte desejo para executar as mudanças necessárias.

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