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Sinal de fumaça: a poluição pode piorar complicações do novo coronavírus

O descaso com o meio ambiente promove diversas doenças respiratórias e cardíacas, o que pode ser agravado durante a pandemia da Covid-19

Por Antônio Carlos Palandri Chagas, cardiologista*
Atualizado em 5 jun 2020, 10h14 - Publicado em 4 jun 2020, 19h29

Desde o início da pandemia, muito ouvimos falar sobre os perigos que o novo coronavírus pode representar para cardiopatas, diabéticos, hipertensos, fumantes e outros grupos de risco. Mas existe uma “comorbidade” que impacta o paciente com Covid-19 sem que ele seja acometido por nenhuma dessas patologias: a poluição ambiental.

De acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), existe um risco duas a três vezes maior de infarto em pessoas expostas a ambientes com ar poluído por emissões de motores à combustão. A questão é que – como se não bastassem todas as consequências desencadeadas pela ação do coronavírus no organismo – ainda devemos considerar mais esse fator para as populações vulneráveis às ações de poluentes respiráveis.

Um estudo alemão, publicado no final de abril na revista científica Science of the Total Environment, mostra uma incidência maior de mortes por Covid-19 em regiões onde o índice de dióxido de nitrogênio (NO2), um dos principais poluidores atmosféricos, é mais alto. O NO2 está altamente associado à ocorrência de patologias respiratórias e cardiovasculares. Daí a correlação com o novo coronavírus, que compromete preferencialmente as vias respiratórias.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 91% da população do planeta vive em locais onde a qualidade do ar está abaixo do recomendado e aproximadamente 50% dos habitantes reside em aglomerados urbanos, sujeitos a níveis maiores de poluentes.

E esse número tende a crescer: uma projeção da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que sete em cada 10 pessoas viverão em áreas urbanas até 2050. O fato levará a 4,2 milhões de mortes prematuras por ano.

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Mas o cenário instaurado pelo coronavírus provou que essa fumaça pode se dissipar: segundo dados divulgados pela Universidade Stanford, nos Estados Unidos, os índices de poluentes na atmosfera estão até 1/3 menores do que no mesmo período do ano passado.

Um exemplo nacional: de acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a liberação desses agentes nocivos foi 50% menor durante a primeira semana de quarentena obrigatória, que começou em 24 de março. Já o índice de poluidores que desencadeiam males respiratórios diminuiu em 30%.

Para alguns pesquisadores, em tempos normais, a quantidade de poluição atmosférica é tão alta que rivaliza com a própria fumaça do tabaco para os fumantes. Sim, a “sujeira atmosférica” pode provocar ou agravar enfermidades do trato respiratório, como doença pulmonar obstrutiva crônica, rinite, pneumonia, asma e câncer de pulmão.Mas ela não para por aí: também está associada a acidente vascular cerebral (AVC), Parkinson, Alzheimer, infarto, arritmia cardíaca, alterações de coagulação e da tireoide e até diabetes.

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Justamente pelo arsenal de patologias graves que vão para a conta da qualidade do ar, no mês em que se comemora o Dia Internacional do Meio Ambiente (5 de junho), a Socesp alerta para a necessidade de políticas públicas e para a conscientização de empresas e pessoas sobre esse quadro preocupante.

Proteger o meio ambiente vai além de cuidar de rios e mares ou preservar florestas, como a Amazônia ou a Mata Atlântica. Deixar o carro em casa ou permanecer em home office, mesmo quando estivermos livres da quarentena, são iniciativas que ajudam a manter os baixos níveis de poluição dos últimos meses. As readequações de rotina e consumo a que estamos sendo submetidos são a prova de que é possível incorporar estratégias em prol de uma causa maior, que é a saúde do planeta e de seus habitantes.

Dr. Antônio Carlos Palandri Chagas é cardiologista, assessor científico da Socesp e professor titular da Faculdade de Medicina do ABC.

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