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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Uma epidemia dupla: o elo entre diabetes e tuberculose

Nosso colunista explora a conexão entre diabetes, queda na imunidade e uma doença infecciosa a que muitos não dão bola

Por Dr. Carlos Eduardo Barra Couri
Atualizado em 29 Maio 2023, 12h25 - Publicado em 22 fev 2019, 10h34

Muitos brasileiros acham que a tuberculose — uma doença infecciosa que, entre outras áreas do corpo, ataca os pulmões — é um problema exclusivo de pessoas miseráveis, em situação de rua ou mesmo presidiários. Mas aí é que se enganam. Há cerca de quatro anos, atendendo um paciente com diabetes, eu levei um susto.

O paciente era saudável, tinha um quadro controlado e não apresentava nenhuma sequela ou complicação do problema. Só que estava com uma tosse seca que demorava para melhorar. Não estava emagrecendo, nem tinha febre, tampouco havia perdido o apetite. Ainda fazia musculação e corria. Enfim, um sujeito em ótimo estado.

Mas havia essa tosse persistente. E, em função dela e da insistência do paciente, solicitei uma radiografia do tórax. E aí veio o resultado. Bingo! Tuberculose.

Intrigado, corri à procura de artigos científicos e novos dados sobre a prevalência da doença e constatei, então, que vivenciamos uma epidemia dupla, marcada pela conexão entre diabetes e tuberculose.

Ora, temos 12,5 milhões de diabéticos no Brasil, o que nos coloca como a quarta nação no mundo em número de portadores da doença . E, em 2017, nosso país registrou mais de 80 mil casos de tuberculose. Nesse mesmo ano, tivemos 5,1 mil mortes em decorrência da enfermidade.

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Estamos, assim, entre os 20 países que mais sofrem com ela no planeta. É bom que se diga: hoje a tuberculose é considerada a doença infecciosa que mais mata no mundo.

Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Por que diabetes e tuberculose podem andar juntas? A explicação reside no fato de que a pessoa com diabetes não deixa de ser alguém com uma imunossupressão. O que é isso? Significa que sua imunidade tem menor poder de fogo para combater vírus, bactérias, fungos etc. Dessa forma, o diabético, ainda mais com a glicose fora de controle, tem uma tendência maior de encarar infecções, especialmente a tuberculose.

A tuberculose é um mal sorrateiro provocado por uma bactéria. É adquirida pela inalação dos bacilos. Diante de um sistema imune menos competente, o micro-organismo se prolifera e gera a doença, que pode ser letal em alguns casos. O risco de um indivíduo com diabetes pegar essa infecção existe mesmo ele tendo recebido a vacina BCG, aquela aplicada em recém-nascidos e que gera uma cicatriz para a vida toda, lá na infância.

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Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento correto são peças-chave na história. Pessoas com diabetes que apresentam tosse por mais de três semanas sem causa definida devem ser investigadas quanto ao bacilo. Outros sintomas para ficar de olho: febre leve recorrente na parte da tarde, emagrecimento, fraqueza e desânimo.

O tratamento é totalmente custeado pelo SUS e os antibióticos receitados precisam ser usados religiosamente, sem falhas, dentro do tempo estipulado. Só assim se chega à cura da doença.

Por fim, não custa lembrar: alimentação saudável, exercícios regulares e controle glicêmico adequado continuam fundamentais para manter as rédeas sobre o diabetes. E isso, por sua vez, se reflete em mais saúde e proteção contra doenças, inclusive aquelas causadas por micro-organismos.

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