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Teste para Covid-19 nas empresas: não dá pra confiar em qualquer um

Especialista discute necessidade de usar métodos corretos e confiáveis ao testar funcionários de uma empresa e resguardá-los contra o coronavírus

Por Euclides Matheucci Jr, professor de biotecnologia*
17 dez 2020, 12h15

A pandemia de Covid-19 afetou drasticamente nossa forma de viver e, desde então, a busca por testes diagnósticos e vacinas tem sido o principal foco dos cientistas e das autoridades pelo mundo. Infelizmente, porém, a desinformação ainda é notável em relação à biologia do coronavírus, bem como às metodologias utilizadas para a detecção e a prevenção da doença.

Muitas opiniões proferidas por profissionais que não possuem especialização na área de virologia, biologia molecular e infectologia, por exemplo, confundem as pessoas, empresas e até mesmo os sistemas de saúde.

Vivenciamos, há alguns meses, a retomada de boa parte das atividades econômicas, com a reabertura de comércios, bares e restaurantes e a implantação de um modelo híbrido de trabalho (home office e presencial) em diversas companhias e cidades. Só que, para adequar-se à nova realidade com segurança, algumas medidas precisam ser tomadas de fato, como uso obrigatório de máscaras, distanciamento físico, aferição de temperatura e disponibilidade de álcool em gel 70%.

Mais do que isso, no caso de algumas empresas, uma das estratégias empregadas para promover uma retomada sem sustos é realizar a testagem em massa em seus colaboradores previamente. Para tanto, as companhias compram lotes de testes em parcerias com convênios e laboratórios.

A grande questão aqui é saber se estão usando as metodologias corretas e tecnologias confiáveis. Devemos pensar e escolher com consciência os exames a serem feitos em nós e nos demais funcionários. Isso porque o mercado vem sendo inundado por testes de coronavírus, alguns com metodologias alternativas e cheias de falhas. O fenômeno acontece também pela pressa em lançar produtos no mercado sem os devidos estudos.

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Assistimos há pouco o banimento de dois testes pela empresa aérea indiana Air India para seus passageiros. Depois que alguns deles testaram positivo para Covid-19 ao pousarem, mesmo tendo feito outros exames com resultado negativo, a companhia optou por eliminar os testes utilizados anteriormente. A partir de agora, todos os passageiros que viajarem pela Air India para os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, terão de passar pelo PCR, exame que detecta o vírus ativo.

O PCR é o método recomendado pela OMS e a Anvisa devido à sua robustez e confiança. Ele permite controles com mais assertividade e mais segurança nos laudos, uma vez que analisa diferentes segmentos do material genético do vírus.

Assim como ocorreu com os testes moleculares usados pela Air India, outros tipos de exame, como aqueles baseados na metodologia LAMP, podem gerar eventuais falsos negativos ou positivos. A tecnologia é conhecida desde os anos 1990, mas não é amplamente utilizada até hoje em função disso.

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Na mesma linha, testes sorológicos comercializados em farmácias não são tão confiáveis e podem representar um problema porque, em tese, uma pessoa com um resultado falso negativo e realmente contaminada pode negligenciar os cuidados, ter pioras no quadro e ainda transmitir o vírus a outros indivíduos.

No contexto das empresas, isso deve ser levado em conta também do ponto de vista jurídico: um colaborador testado no âmbito corporativo com um resultado incorreto poderá processar a companhia por prejuízos e danos morais.

Independentemente de questões técnicas sobre os métodos diagnósticos, o mais importante é priorizar a segurança e saúde de todos. Se uma empresa tem dúvidas em relação a qual teste utilizar na proteção de seus colaboradores, o ideal é se guiar pelos estudos e ouvir as principais autoridades médicas.

* Euclides Matheucci Jr. é cofundador e presidente da empresa de biotecnologia DNA Consult e professor de pós-graduação em Biotecnologia da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar)

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