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Precisamos falar sobre sexo em meio ao câncer de mama

De 35 a 50% das mulheres com esse tumor sofrem com algum problema ligado ao sexo. Uma especialista aproveita o Outubro Rosa para desmitificar certos tabus

Por Valéria Baraccat Gyy, psicóloga*
Atualizado em 28 jun 2019, 16h02 - Publicado em 23 out 2018, 09h58

A sexualidade durante o tratamento do câncer de mama é discutida há anos em diversos países, mas no Brasil muita gente ainda a encara como tabu. O tema quase nunca é abordado pelos oncologistas. Tampouco vem à tona entre os casais que enfrentam a doença. Nem os programas femininos da TV brasileira dão espaço a ele: consideram assunto muito forte para o horário.

A Organização Mundial da Saúde reconhece o impacto da vida sexual no bem-estar das pacientes com câncer e na preservação de seus relacionamentos. Criou-se, inclusive, um termo para isso: oncosexualidade.

De acordo com o psiquiatra Paul Enzlin, da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, essa noção faz parte de uma evolução positiva que tirou o foco da oncologia na sobrevivência e o colocou na melhora da qualidade de vida de quem se trata do problema.

Enzlin acredita que orientações e cuidados com a sexualidade da mulher ainda são negligenciados nesse contexto. E revela que entre 35 e 50% das sobreviventes de um câncer sofrem com alguma disfunção sexual. A falta de desejo, por exemplo, pode ser efeito colateral da quimioterapia, assim como queda de cabelo, alteração de humor, secura vaginal e ondas de calor.

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Referência corporal e símbolo da fertilidade, a mama é também fonte de prazer. Com a notícia do diagnóstico, a mulher passa a se sentir menos atraente e a questionar o sentimento do parceiro. Sem contar que os procedimentos podem influenciar a autoestima e a sensibilidade nas mamas. Cabe notar, porém, que a cirurgia ou a radiação não provocam diminuição do prazer sexual.

Nessas circunstâncias, o acompanhamento com vários profissionais (médico, psicólogo, educador físico…) é fundamental. Existem estratégias a serem indicadas para driblar os reveses do tratamento: lubrificantes adequados para minimizar a secura vaginal, laser local para estimular a produção de colágeno, perucas, sutiãs com enchimento, tops de renda…

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Durante essa fase, a mulher poderá redescobrir sua intimidade e mudar a forma como se relaciona com o parceiro. Abraços, toques e carinhos passam a ser protagonistas da história. E, sim, é possível ter prazer durante o tratamento — lembrando que muitas chateações, como a queda na libido, vão embora depois.

Derrubar tabus e sensibilizar pacientes e profissionais para dar a devida atenção à vida sexual constitui uma medida urgente e essencial para resgatar ou garantir qualidade de vida e felicidade diante do câncer de mama.

*Valéria Baraccat Gyy é jornalista e psicóloga, idealizadora e diretora do Instituto Arte de Viver Bem, de apoio a mulheres com câncer de mama, em São Paulo.

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