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Correr para lugar nenhum: uma reflexão para domar o estresse

Terapeuta desmistifica os caminhos para prevenir e contornar essa sensação que sobrecarrega boa parte dos brasileiros

Por Juan Carlos Picasso*
Atualizado em 3 abr 2018, 14h24 - Publicado em 3 abr 2018, 12h06

Quem não sabe o que busca nunca entende o que encontra. É comum ouvir as pessoas reclamarem do estresse sem estarem cientes da verdadeira causa ou dos motivos mais profundos pelos quais vivem estressadas.

Da mesma forma, a urgência em acabar com os males gerados pelo estresse permanente não raro impede a busca por aquilo que está originando toda a tensão. Atenuar ou eliminar apenas os sintomas do estresse é uma falsa solução. Isso aumenta a probabilidade de as manifestações reaparecerem e se agravarem no futuro, gerando maiores risco para a saúde e as relações interpessoais.

Mais cedo ou mais tarde, a lei de causa e efeito será cumprida e suas consequências se tornarão visíveis, mesmo que tenham ficado ocultas por muito tempo. Nada acontece por acaso. É a causalidade que provoca os fenômenos da vida em seus diferentes cenários.

A repetição de respostas erradas às exigências do dia a dia, o excesso de exigências e a baixa tolerância à frustração são algumas das causas da angústia constante. No processo que desencadeia o estresse, três fatores devem ser levados em consideração:

  1. As demandas, os desafios e as ameaças do ambiente externo em que o sujeito se desenvolve;
  2. Os recursos à disposição do sujeito para dar conta das pressões externas;
  3. A satisfação experimentada na situação que produz o estresse.

Todas as teorias ligadas ao pensamento partem da premissa de considerar o estresse como uma resposta a uma situação ameaçadora determinada pela interpretação que cada pessoa faz do fenômeno.

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Sem estresse, não há vida, porque a vida é estresse. O seu excesso é o que coloca em risco o equilíbrio do qual depende o funcionamento da maquinaria viva que é o ser humano.

Antídotos contra o estresse

 

Mas como controlar a tensão interna? Mapeio a seguir algumas sugestões, de acordo com o que propõe a Academia Francesa de Estresse e Ansiedade:

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  • Aprenda a dizer “não”: isso nem sempre resolve problemas, mas, muitas vezes, é o caminho para escapar de problemas. Entre o “sim” e o “não” encontramos uma série de nuances. O que agora é “não” pode ser “mais tarde”. Devemos aprender a falar “não” sem nos sentir culpados.
  • Faça pausas: a cada duas horas, realize um intervalo mínimo de 2 a 5 minutos para pensar sobre como você está fazendo as coisas e o porquê.
  • Planeje seu dia: ao organizar a agenda, preste atenção à sequência de atividades e assegure-se de ter tempo suficiente entre elas.
  • Concentre-se em uma coisa de cada vez: não importa quão ágil seja sua mente ao lidar com várias atividades ao mesmo tempo. O esforço de dar conta de tudo vai gerar fadiga por acumulação. Ser multitarefa pode multiplicar os resultados, mas tende a diminuir a qualidade da análise e o prazer no trabalho.
  • Peça ajuda: saiba a quem pedir, sempre que precisar, e faça isso antes de entrar em crise.
  • Separe os problemas reais dos imaginários: os últimos ocupam muito espaço e impedem que você lide com os primeiros.
  • Prove: descubra o prazer das coisas cotidianas, como dormir, comer e caminhar, sem acreditar que elas são o máximo que você pode fazer.
  • Cultive a família: sua família não é você; é o seu mundo, mas não define a sua identidade.
  • Procure não competir: disputar em momentos de diversão, no trabalho e na vida em casal só é bom para quem quer se cansar ou perder a melhor parte.
  • Fuja da rigidez: essa característica é boa para as pedras, não para os seres humanos. Aqueles que a possuem dificultam sua convivência e sofrem com a falta de aceitação do entorno. Quem não é flexível ou se quebra ou quebra os outros.
  • Não desista: seus três grandes amigos são a intuição, a inocência e a fé.
  • Busque se conhecer: você é o que você mesmo faz. Reflita e pratique como melhorar a vida.

    O que realmente importa

    A humanidade vive muito rápido… Talvez porque muitos considerem que a vida tem a ver com o que fazemos para ganhar dinheiro, fama, poder e reconhecimento. A verdade é que, quanto mais temos, mais velocidade imprimimos à vida para garantir o que foi conquistado e ir além.

    Talvez, quando você se cansar de se entreter com a adrenalina de tantas conquistas ou frustrações, pode se perguntar para que tanto esforço, tempo e excessos… Essa é uma boa pergunta. As ações que produzimos só satisfazem quando são feitas por um sentido. Do contrário, acabam produzindo mais carência e necessidade de obter mais conquistas.

    As ações sem sentido assemelham-se a um recipiente sem fundo, que nunca fica cheio, porque tudo o que se consegue perde valor no momento de obtê-lo. O sentido orienta, limita, seleciona, preserva e ajuda a retornar ao caminho quando nos desviarmos. O sentido é aquilo que satisfaz.

    Já pensou sobre o significado da sua vida? Eu tenho certeza que, quando você encontrar, vai parar de correr para lugar nenhum.

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    Juan Carlos Picasso é especialista em terapia cognitivo-comportamental e diretor geral do Rituaali Clínica & Spa                                                                                                        

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