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Como a pandemia de Covid-19 tem impactado as relações sexuais

Com base em novos estudos, médico discute as repercussões diretas e indiretas do coronavírus na vida sexual

Por João Brunhara, urologista*
6 Maio 2021, 10h16

Não é exagero dizer que o coronavírus mexeu com todos os aspectos da nossa vida. E as pesquisas feitas até agora mostram que o impacto da pandemia (e do próprio vírus) sobre a sexualidade é maior do que imaginávamos.

Sabemos que a Covid-19 vem trazendo consequências avassaladoras pelo planeta: mortes, prejuízos financeiros, preocupações constantes, adaptação a novos hábitos… Mas pouco tem se discutido seu reflexo em outra dimensão fundamental da vida, o sexo.

Dos estudos realizados até agora, a conclusão que tiramos é que a repercussão não é nada desprezível. Alguns trabalhos feitos logo no início da pandemia já demonstraram uma queda significativa na frequência das relações sexuais em países como Reino Unido e Itália.

Os achados dos pesquisadores foram atribuídos às rígidas regras de isolamento social a que essas nações tiveram de aderir naquela altura. Além disso, foram apontados o estresse e a apreensão causados pela pandemia, que sabidamente afetam o desejo sexual.

Como era de se esperar, houve uma diferença significativa em relação ao estado de relacionamento: pessoas casadas ou num relacionamento estável sofreram um impacto menor do que quem estava solteiro.

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Além disso, foram as mulheres que tiveram maior probabilidade de sofrer com estresse, ansiedade, insatisfação na vida sexual e falta de atividade sexual por causa da pandemia — ainda que tudo isso também tenha aparecido entre os homens, mas em menor magnitude.

Os reveses, porém, são bem democráticos. Numa pesquisa feita pelo Datafolha com mais de 1 800 homens no Brasil — num período em que as restrições de isolamento social não eram tão severas —, mais de 30% dos solteiros relataram piora na satisfação com a vida sexual. Lembremos que isso se desenrola num momento em que os jovens estão fazendo cada vez menos sexo pelo mundo.

Por outro lado, a mesma pesquisa do Datafolha mostrou uma peculiaridade no nosso país: entre os homens casados, 66% relataram alguma melhora da sua vida sexual no período, possivelmente pelo fato de poderem passar mais tempo em casa com a parceira ou o parceiro.

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Todos esses efeitos estão conectados ao estado psicológico e a novos hábitos suscitados pela Covid-19. Mas digamos que a doença em si também pode ter consequências de ordem sexual. Um estudo publicado recentemente na Itália revela que homens que tiveram a infecção pelo coronavírus apresentaram risco seis vezes maior de apresentar disfunção erétil — a popular impotência.

A principal explicação para o quadro tem a ver com os danos que a Covid-19 provoca na circulação sanguínea em todo o corpo e no revestimento interno das artérias. A ereção depende totalmente de um bom fluxo de sangue para encher o pênis quando necessário.

Com isso, os homens têm agora um novo estímulo para seguir as medidas de isolamento social, usar máscara e esperar sua vez pela vacina.

*João Brunhara é urologista, médico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e consultor científico da Omens, plataforma que trata problemas de saúde sexual masculina

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