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As respostas fáceis e nocivas para a pandemia da Covid-19

Médicos criadores de plataforma para divulgação de informações científicas sobre a Covid-19 analisam cenário atual de combate à crise no país

Por André Giglio Bueno, infectologista, e André Ribas Freitas, epidemiologista*
Atualizado em 22 mar 2021, 12h01 - Publicado em 21 mar 2021, 12h21

Um ano de pandemia em meio a uma epidemia de falsas notícias com uma carga de negacionismo e pseudociência. Um movimento extremamente nocivo de impor soluções fáceis para um problema cada vez maior e mais complexo.

O Brasil vivencia a propagação de medidas ineficazes contra a Covid-19 em detrimento da medicina baseada em evidência. Vemos por aí uma parcela da sociedade questionando a importância do uso de máscaras e de se evitar aglomerações, assim como a segurança e a eficácia comprovadas das vacinas.

A ineficácia brasileira no combate ao coronavírus se mostra nos dados epidemiológicos. Até o dia 14 de março deste ano, o mundo somava mais de 119 milhões de casos notificados, sendo 11,4 milhões no Brasil. Computava ainda, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e um consórcio de imprensa, mais de 2,6 milhões de mortes, 278 mil delas no país.

Com o equivalente a 2,7% da população mundial, o Brasil responde, respectivamente, por 9,6% e 10,5% dos casos e óbitos por Covid-19 notificados no planeta.

A desinformação, que relativiza o valor da verdade e dos estudos em nome de um pretenso pluralismo, fez com que muitas pessoas alimentassem uma animosidade em relação à ciência. Uma forte desconfiança, que resultou na contestação das medidas que sabidamente são eficazes, como utilização de máscaras, distanciamento social e fechamento do comércio, quando necessário.

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O enfrentamento da Covid-19 ao longo do primeiro ano de pandemia por parte de sanitaristas, infectologistas, epidemiologistas, virologistas e outros técnicos incluiu a missão de fazer oposição aos discursos sem embasamento sobre as estratégias para superação da doença. Essa atuação em contraposição ao discurso sem suporte em evidências é um sintoma da centralização e da valorização do senso comum no que se refere à definição das políticas públicas.

É essencial que sejamos capazes de valorizar os fatos e as evidências e não as meras opiniões, quase nunca fundamentadas, os achismos. Só assim a sociedade poderá caminhar no sentido correto. Isso diz respeito a quantas vidas estamos dispostos a defender ou a abrir mão.

Os valores que queremos sustentar e a história que desejamos escrever como sociedade têm caminhos que implicam escolhas. A ciência — admitindo ser passível de falhas por estar em constante construção — precisa ser o fundamento dos sistemas e das políticas de saúde.

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Como defensores da medicina baseada em ciência, estamos fazendo a nossa parte para mudar o cenário atual. Lançamos em março o HubCovid, um projeto de difusão de conhecimento para os profissionais de saúde de todos os 5570 municípios brasileiros.

Dentre as pautas mais urgentes estão o rastreamento e o isolamento de contato, a adesão às campanhas de vacinação e as perspectivas diante das novas variantes do vírus, bem como os desafios no manejo das complicações agudas, tardias e sequelas da Covid-19. Também estamos de olho nas pesquisas e expectativas para difundir conhecimento com clareza, sem ruídos e de forma assertiva. Sem isso, fica difícil vencer essa batalha.

* André Ribas Freitas é médico e professor de epidemiologia e bioestatística da Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic, em Campinas; André Giglio Bueno é infectologista e professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas

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