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As novas vozes da saúde após a Covid-19

Gestor avalia a revolução imposta pelo coronavírus nos serviços hospitalares, um processo marcado por tecnologia e pela dedicação dos profissionais de saúde

Por Fernando Torelly, superintendente do HCor
4 set 2020, 10h30

A pandemia de Covid-19 provocou transformações sociais nos quatro cantos do mundo. Adotamos rapidamente novos hábitos de higiene, desenvolvemos novos comportamentos para trabalhar, estudar, fazer exercícios e manter amizades e relações afetivas. Enfim, sentimos o impacto em todas as áreas da vida.

Nos hospitais, podemos dizer que a pandemia causou uma revolução. Tivemos de implementar em tempo recorde novos protocolos de atendimento, separar unidades para tratamento de pacientes com e sem Covid-19 e, claro, reforçar ainda mais as medidas de higiene e proteção.

Algumas das mudanças nos hospitais provocadas pela pandemia vieram para ficar e são muito bem-vindas. A tecnologia ganhou espaço. Os centros de saúde tiveram que aderir com velocidade à onda da digitalização, com consultas e até mesmo visitas sendo organizadas virtualmente.

O uso da telemedicina, que vinha caminhando a passos curtos há alguns anos, foi autorizado com celeridade e presta uma importante contribuição nas ações de enfrentamento da Covid. Com as ferramentas de comunicação digital, conseguimos dar continuidade aos tratamentos de pacientes de outras doenças que tinham receio de ir ao hospital durante a epidemia, por exemplo.

A tecnologia também foi uma aliada na revisão de processos e fluxos da gestão hospitalar. Por meio de reuniões virtuais, pudemos formar grupos de trabalho e mobilizar diversos conhecimentos médicos e assistenciais em uma base diária, de maneira ágil e produtiva.

Nem precisaria, mas faço questão de destacar mais uma vez o esforço heroico dos profissionais do campo da saúde. A atuação corajosa de médicos, enfermeiros, técnico de enfermagem, fisioterapeutas, profissionais de limpeza e muitos outros merece todos os aplausos. Para os trabalhadores dessa área, a maior mudança está numa nova atitude, mais participativa e aberta ao aprendizado.

Como executivo de um grande hospital, posso afirmar que fui diariamente conduzido e liderado pelos profissionais da linha de frente. Essas pessoas ganharam voz em um momento no qual os conceitos de gestão e ações de saúde precisaram se adaptar a uma nova realidade que bateu a nossas portas. Criamos a muitas mãos um processo veloz com uma mentalidade de “idealiza, implanta, erra, corrige, acerta, mantém”.

O protagonismo de diferentes áreas permitiu que soluções saíssem do papel rapidamente. Com elas, pudemos nos mobilizar para apoiar a população, como na ação de entrega de 50 mil máscaras caseiras, e fomos ágeis para levar ajuda ao setor público e ao Sistema Único de Saúde (SUS) com doações de cerca de 8 toneladas de equipamentos de proteção individual (EPIs), capacitação de mais de 6,5 mil profissionais em 15 estados brasileiros e adoção de dez leitos de UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo.

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Da união dessas novas vozes da saúde nasceram diversas ideias. Posso mencionar o projeto do “pronto-socorro em casa”, por exemplo. Ou a grande mobilização da Coalizão Covid Brasil, que uniu o HCor e outros cinco grandes hospitais brasileiros na investigação da eficácia dos tratamentos da Covid-19. Também a partir dos insights desses profissionais, desenvolvemos fluxos apartados na nossa instituição, desde a entrada até os elevadores, salas de espera e centro cirúrgico.

Ainda não sabemos ao certo quando viveremos o fim da pandemia. Mas podemos celebrar a capacidade de resposta, a atitude positiva e o vasto conhecimento demonstrado pelos profissionais da saúde. Temos a certeza de que esse momento de reviravolta ampliou vozes e nos ensinou muito sobre gestão compartilhada, integração e solidariedade.

* Fernando Torelly é economista e superintendente corporativo do HCor, em São Paulo

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