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Há um universo de frutas, hortaliças, grãos e PANCs a explorar. E a jornalista expert em alimentação Regina Célia Pereira nos convida a degustar um a um nessa coluna que é uma feira de saberes e sabores.
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Inhame para sair da monotonia

Supernutritivo e versátil na cozinha, ele também é personagem de confusões que envolvem nomenclatura, influência na fertilidade e até o combate à dengue

Por Regina Célia Pereira
12 dez 2021, 10h42

Não é de hoje que esse tubérculo aparece em meio a imbróglios. Já na carta de Pero Vaz de Caminha (1450-1500) – escrivão que relatou a mais famosa viagem de Cabral – o vegetal é mencionado. “E não comem senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam.”

Nota-se que o português fez confusão com a mandioca, raiz nativa e abundante no território recém-descoberto. Séculos se passaram, mas a bagunça continua e, agora, tem gente que o confunde com o cará. Nesse caso, dá para perdoar, afinal ambos são da mesma família, a Dioscoreácea.

E pelo parentesco, eles até apresentam algumas características em comum, caso da casca marrom e da polpa branca – embora existam variações de tons amarelos, alaranjados e vermelhos. Ambos concentram saponinas, moléculas responsáveis pela consistência escorregadia, meio de baba.

O inhame tende a ser mais arredondado do que seu primo e, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, pode atingir de 500 gramas a três quilos. Acredita-se que sua origem seja africana.

+ LEIA TAMBÉM: A diferenças nutricionais entre cará e inhame

Excelente fonte de carboidrato, oferece boas doses de fibras, vitaminas do complexo B, além de minerais como potássio e o fósforo – um conjunto de ingredientes apontados como guardiões de estruturas cerebrais relacionadas ao humor e bem-estar. Essa mistura ajuda a dar um chega-pra-lá no desânimo.

Há quem consuma o alimento cozido com uma pitada de sal ou manteiga, logo cedo, no café da manhã. É garantia de pique para o dia nascer feliz. Essa qualidade ninguém contesta.

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Na panela, na xícara, no frasco

Alguns benefícios, entretanto, estão envolvidos em controvérsias. Tempos atrás, o suco do vegetal cru era receitado como uma espécie de remédio no combate à dengue. Nenhum artigo científico foi publicado sobre tal feito.

Fora que o alimento fica muito mais saboroso em receitas de purês, sopas, caldos e até em tortas, pães e onde mais a criatividade e ousadia do cozinheiro alcançar.

Além de o aquecimento agradar ao paladar, esse processo atenua os chamados fatores antinutricionais, que podem atrapalhar o aproveitamento de nutrientes e estão por trás de desconfortos como gases.

+ LEIA TAMBÉM: 20 receitas para turbinar o consumo de vegetais

Um tipo de chá feito das cascas fervidas também tem sido apreciado, sobretudo porque há indícios de que ajude no equilíbrio hormonal e, assim, dê um empurrãozinho na fertilidade.

A diosgenina, substância classificada como fitohormônio, é apontada como responsável por isso, mas faltam estudos para bater o martelo.

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Outra crença, bem antiga, é de que o inhame seria um aliado contra a sífilis. E aqui tem mais confusão, porque a velha fama é daquele que também se conhece como taro. Trata-se de um vegetal de nome científico Colocasia esculenta, que é muito parecido com o cará.

Essa atribuição se dá pelos apregoados efeitos depurativos, isto é, pela capacidade de promover uma verdadeira faxina no organismo, eliminando toxinas e afins.

Tamanha popularidade fez o inhame aparecer em forma de elixir e ainda na divertida “Canção para inglês ver” de Lamartine Babo (1904-1963), que brinca com as palavras para abordar o estrangeirismo do Brasil nos anos de 1930.

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