Exame do coração pode detectar demência
Pesquisa compara três tipos de checkup e descobre que exames cardiovasculares também fornecem bons indícios de panes no cérebro, como a doença de Alzheimer
Se algo afeta o transporte de oxigênio e nutrientes para os neurônios, eles ficam prejudicados
Foto: Getty Images
Cientistas do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França acompanharam 7 830 pessoas com mais de 55 anos por uma década. Nesse período, os voluntários passaram por três baterias de exames diferentes: a primeira averiguava o estado do coração; a segunda, o risco de um acidente vascular cerebral; e a terceira, o declínio de memória e cognição. “Analisamos, então, como cada uma delas anteciparia o diagnóstico de demência”, conta a neurologista e autora Sara Kaffashian. Ao final, os checkups que mapeavam o risco de ter infarto ou derrame se mostraram mais eficazes que o teste cognitivo em si. “Os neurônios precisam de nutrientes e oxigênio, que chegam pelas artérias. Se algo afeta esse transporte, como na doença cardiovascular, eles também ficam prejudicados”, diz o neurologista Li Li Min, da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista.
O que os exames investigaram
– Teste cardíaco: idade, sexo, pressão arterial, HDL, colesterol total, fumo e diabete.
– Teste de risco de AVC: idade, pressão arterial, diabete, fumo, histórico de problema no coração e arritmia.
– Teste cognitivo: idade, educação, sexo, pressão arterial, IMC, colesterol total, atividade física e a presença do gene APOE-4 (relacionado à doença de Alzheimer).