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Entenda o que pode levar à ortorexia, a obsessão por uma dieta saudável

Estudo aponta pela primeira vez quem está mais sujeito a encarar o transtorno, que aumenta o risco de deficiências nutricionais e abala a qualidade de vida

Por Chloé Pinheiro
29 Maio 2019, 17h13

A ortorexia nervosa é um transtorno marcado pela obsessão em comer apenas alimentos considerados saudáveis. Ao contrário do que ocorre na anorexia ou bulimia, quem sofre com esse distúrbio não se importa tanto com o ganho de peso e as calorias de cada alimento, mas sim com a “pureza” e a composição de tudo o que consome e também com o modo de preparo.

Descrita pela primeira vez em 1997, a condição ainda é considerada um tema novo e pouco explorado pela ciência. Ainda não se sabe, por exemplo, o que leva alguém a se tornar excessivamente cuidadoso com o que coloca no prato. Pois um novo estudo, realizado pela Universidade York, no Canadá, acaba de elencar alguns fatores de risco capazes de facilitar o desenvolvimento do problema.

Os pesquisadores vasculharam a literatura disponível sobre a ortorexia e descobriram que pessoas com histórico de distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia, sinais de transtorno obsessivo-compulsivo, baixa autoestima e obcecadas em dietas e emagrecimento estão mais sujeitas a desenvolver uma relação patológica com a comida saudável.

“Quando levada ao extremo, a obsessão por ‘comer limpo’ pode ser um sinal de que a pessoa está lutando para gerenciar sua saúde mental”, declarou à imprensa a psicóloga Jennifer Mills, que assina o trabalho. Entre as consequências negativas da ortorexia estão deficiências nutricionais e impactos na socialização – afinal de contas, diversos encontros com família e amigos envolvem comida.

Trata-se da primeira revisão exaustiva sobre o quadro. Isso significa que os pesquisadores buscaram todos os trabalhos já publicados anteriormente sobre o transtorno.

A ortorexia ainda não “existe”

Na verdade, ela não é reconhecida oficialmente como uma desordem psiquiátrica, como acontece com a anorexia ou a bulimia, mas pode, em breve, entrar na lista, tamanho seu impacto na qualidade de vida. “Nossos achados podem levar a uma melhor compreensão entre a população e os profissionais de que a alimentação considerada saudável pode ser, na verdade, prejudicial”, completou Jennifer.

A pesquisadora e os demais autores ressaltam no artigo que a maioria dos estudos analisados tinha uma qualidade ruim ou neutra. Ou seja, os resultados devem ser interpretados com cautela e são necessárias mais investigações para entender o que é de fato a ortorexia, quais as características que a definem e qual sua prevalência no mundo.

Teste: será que você tem ortorexia?

Se ficou curioso para saber se seu comportamento alimentar é saudável mesmo, saiba que existe um teste para isso. Ele foi desenvolvido pelo médico norteamericano Steven Bratman, que, no final da década de 90, foi o primeiro pesquisador a descrever a ortorexia. Abaixo, você confere o teste. Se houver identificação com qualquer afirmação, sua relação com a comida demanda cuidados.

1. O tempo que gasto pensando em alimentação saudável todos os dias interfere de um jeito negativo em diversas outras áreas da minha vida.

2. Condeno os hábitos alimentares dos outros e me sinto ansioso e culpado ao consumir produtos não saudáveis.

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3. Minha paz interior, autoestima, segurança, felicidade e prazer estão diretamente ligados ao que eu como.

4. Não deixo de lado a dieta, mesmo quando quero ou em ocasiões especiais (ignore este item se o motivo for recomendação médica).

5. Excluo cada vez mais alimentos do meu cardápio, sendo que as restrições variam de acordo com as teorias nutricionais que acompanho.

6. Minha alimentação fez com que eu ficasse muito abaixo do peso e apresentasse queda de cabelo e outros sinais de desnutrição.

 

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