Embora o conhecimento sobre o impacto da alimentação na saúde mental seja relativamente recente, há fortes motivos para encarar o prato como passaporte para uma vida mais feliz. A nova prova vem de uma revisão de 16 estudos recém-publicada, que envolveu, no total, quase 46 mil pessoas.
No trabalho, observou-se que qualquer tipo de melhora na alimentação — como reduzir gorduras, cortar calorias ou simplesmente investir em comida mais nutritiva — aliviou os sintomas depressivos entre os participantes.
“Segundo o estudo, os participantes continuavam com o transtorno, mas o quadro se mostrava menos grave”, explica o educador físico Felipe Schuch, da Universidade Federal de Santa Maria (RS), um dos autores.
A hipótese é que um menu equilibrado resultaria em menos inflamação no organismo — algo intimamente ligado à doença. Segundo Schuch, mexer no cardápio também ajudaria a proteger as pessoas com depressão contra problemas aos quais estão mais sujeitos, como diabetes e doenças cardiovasculares.
A melhor dieta contra a depressão
Muitos estudos indicam que a mediterrânea é a escolha ideal. Veja o que ela oferta:
Peixes
Salmão, sardinha e atum são exemplos de peixes com ômega-3, gordura de ação anti-inflamatória.
Azeite
É fonte de gorduras monoinsaturadas, positivas para a cabeça. Sem falar nas substâncias antioxidantes.
Oleaginosas
Castanhas, nozes e companhia concentram selênio, zinco e gorduras boas, um time pró-cérebro.
Verduras e frutas
Além de vitaminas e minerais, carregam fibras, que equilibram a microbiota. A cuca sai ganhando.
E os suplementos?
Há quem pense que o jeito mais simples de angariar nutrientes contra a depressão seja por meio de cápsulas. Mas uma análise publicada há pouco no jornal científico Jama sugere que a estratégia não é eficaz. Nela, 512 pessoas com sobrepeso tomaram suplementos de ômega-3, ácido fólico, vitamina D, cálcio e selênio por um ano. Após esse tempo, a pílula não impediu a instalação da depressão.