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Meditação ajuda a manter a saúde mental em tempos de coronavírus

Durante a pandemia de Covid-19, mesmo os mais inexperientes se beneficiam de técnicas simples e sessões de poucos minutos. Veja como começar a meditar

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 18 ago 2020, 10h47 - Publicado em 21 abr 2020, 17h43

Tédio, irritação, ansiedade, dificuldade de concentração, medo… Tendo que sair para trabalhar ou ficando isolado em casa, é possível que você já tenha sentido alguma dessas emoções desde que a pandemia do coronavírus (Sars-CoV-2) chegou ao Brasil. Uma das estratégias para preservar a saúde mental em tempos conturbados como esse é a meditação.

“Ela ajuda a viver no momento presente e a aceitar uma situação onde não há muito o que fazer”, explica Camila Vorkapic, bióloga com pós-doutorado em neurofisiologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). “Isso sem contar o relaxamento e a menor produção de hormônios ligados ao estresse”, completa.

Para obter tais vantagens, contudo, é fundamental adotar uma rotina. A meditação funciona mais ou menos como o exercício físico: você deve treinar com frequência para melhorar sua resistência e seu desempenho.

“Não adianta pensar em efeitos imediatos”, destaca Elisa Kozasa, neurocientista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein que conduz diversos experimentos envolvendo a meditação. Os benefícios surgem ao longo das sessões.

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Como começar a meditar durante a pandemia de coronavírus

Existem diversos tipos de meditação, alguns ligados à espiritualidade. Mas as técnicas mais básicas e difundidas ocidentalmente valorizam dois pontos: prestar atenção no corpo e na respiração.

“Uma boa estratégia é fazer exercícios mais breves, de um até três minutos, diariamente”, ensina Marcelo Demarzo, médico especialista em mindfulness — o desenvolvimento da atenção plena — e professor da Universidade Federal de São Paulo. Essas sessões curtinhas podem ser divididas ao longo do dia.

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Conforme for ficando confortável, estenda a duração para cinco, dez, 15 minutos. Treinos guiados, disponíveis em aplicativos e sites, auxiliam os iniciantes (falaremos disso mais pra frente). Escolha um ambiente tranquilo da casa, sente-se de maneira confortável e tente realizar as sessões sempre no mesmo horário. A manhã é um bom momento para isso.

“Outra maneira de meditar é fazer pausas durante o dia, especialmente quando estamos mais irritados ou distraídos”, comenta Elisa. “Quando você perceber que está saindo do seu eixo, pare e respire, levante da cadeira e se alongue”, completa.

Técnicas que envolvem a movimentação do corpo, como ioga e tai chi chuan, também ajudam a se concentrar no presente e reduzir o estresse. Só converse com um profissional para executar os gestos direito.

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Obstáculos para uma boa prática meditativa

É difícil manter a concentração durante a meditação, ainda mais para quem não tem experiência e está ansioso com a Covid-19, a doença causada pelo coronavírus. Esse desafio é um dos principais motivos para a desistência.

Mas atenção: é normal e até esperado ter pensamentos intrusos durante as tentativas de meditação. “O exercício é justamente reconhecer esses pensamentos e lidar melhor com eles”, comenta Demarzo.

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Ao contrário do que se imagina, a mente de quem medita não vira uma tela em branco. “A ideia é identificar o pensamento e deixá-lo ir. Ele é como uma nuvem, que se forma no céu e logo é dissipada”, compara Camila.

Quando sentir que está perdendo o foco, volte-se ao objeto de atenção da prática. Ou seja, concentre-se na respiração, nas sensações do corpo… É um embate constante com o seu cérebro, em especial nas primeiras sessões. Justamente por isso é bacana começar aos poucos, com exercícios respiratórios e sessões curtas, de preferência com orientações de um profissional.

Ah, e vale dizer que a meditação sozinha não faz milagre pelo seu bem-estar mental. “Também é importante manter uma rotina de alimentação e sono, fazer atividades físicas e seguir cultivando as relações, mesmo que à distância”, diz Demarzo.

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Fora isso, para acalmar os neurônios, é necessário ainda ajustar sua atitude em relação ao contexto atual. “Eu posso ficar o tempo todo pensando no que não tenho e encarando a minha casa como uma prisão. Mas também posso considerá-la um santuário e aproveitar para refletir sobre a minha vida”, comenta Elisa. “Isso sem perder, claro, a noção da realidade. Sabemos da epidemia, mas podemos focar em aspectos e ações positivas”, continua a neurocientista.

Entretanto, se as tentativas de meditar são frustrantes a ponto de exacerbarem a ansiedade e os pensamentos negativos, vale considerar suporte psicológico profissional. Ele pode ser oferecido à distância por alguns profissionais, convênios e aplicativos.

No mais, sintomas depressivos ou sugestivos de outros transtornos psiquiátricos exigem a avaliação de um profissional. Nesses casos, uma meditação sem orientação pode não ser uma boa.

Sites e aplicativos que ajudam

Existem serviços gratuitos online e instrutores fazendo transmissões ao vivo nas redes sociais. O aplicativo Headspace, com exercícios guiados e progressivos, é um dos mais célebres serviços nesse departamento.

Elisa Kozasa participou da elaboração do aplicativo Meditação Natura, da Natura Cosméticos, com uma jornada de meditação guiada dividida em semanas, que começa do nível mais básico.

Já o Calm, um aplicativo gringo, estreou sua versão em português esse ano. Ele possui exercícios de meditação, mindfulness e outras atividades relaxantes.

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