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Zumbido em jovens indica futura perda auditiva

De normal esse ruído constante não tem nada. Ele indica, na verdade, que a audição da molecada está em perigo

Por Evanildo da Silveira
Atualizado em 28 out 2019, 10h31 - Publicado em 1 dez 2016, 08h30

Pode reparar: atualmente, os fones de ouvido são quase uma extensão do corpo dos jovens. Só que não desgrudar do aparelho cobra consequências. Ainda mais quando o barulho que sai dele é similar ao de uma casa de show – algo recorrente hoje, como evidencia um trabalho da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido. Entre os 170 estudantes de 12 a 17 anos que participaram da análise, 95% relataram ouvir música com os fones.

Desses, 77% assumiram que deixam o volume alto. Até aí, pouca novidade, certo? Mas, ao serem questionados se já tinham ouvido um zumbido nos últimos 12 meses, 54,7% dos voluntários soltaram um sonoro sim. “O número é alarmante”, diz a otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenadora da pesquisa.

Leia mais: Causas da perda auditiva

De bate-pronto, pode-se concluir que há uma relação direta entre os jovens escutarem música em volumes ensurdecedores e o zunido. O refinamento dos dados revelou, no entanto, que outro fator contribuiria para o problema: uma menor tolerância natural a sons por uma parcela dos adolescentes. Mas calma! Nada de achar que a barulheira está liberada. Ora, não dá para identificar facilmente quais são os indivíduos mais sensíveis ao zunzunzum. Portanto, a exposição a ruídos altíssimos e por longo tempo permanece um dos fatores capazes de causar ou agravar o tinnitus, nome técnico do problema.

Embora faça questão de ressaltar que estamos falando de um sintoma e não de uma doença, o otorrinolaringologista Ricardo Testa, presidente da Sociedade Brasileira de Otologia, diz que esse mal parece mesmo estar mais frequente. “E o hábito de ouvir sons altos com fone de ouvido só piora a situação”, salienta. O motivo é relativamente simples: quando as células ciliadas, localizadas no ouvido interno, recebem vibrações sonoras, elas se alongam e encurtam repetidamente. O bicho pega quando nossa música favorita toca e subimos o som sem pudor. Daí, essas estruturas sofrem lesões temporárias ou definitivas. Com isso, as células vizinhas precisam trabalhar em dobro. Como efeito colateral, surge o zumbido.

Leia mais: Surdez também é problema de gente jovem

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Por essas e outras, ele é um sinal de que a saúde auditiva não anda 100%. E, de acordo com Tanit, se a molecada continuar nesse ritmo, há grande probabilidade de simplesmente ficar surda lá pelos 30 ou 40 anos. Ainda bem que dá para prevenir esse desfecho. “Recomendamos deixar o volume até a metade do nível máximo. Não mais do que isso”, aconselha a fonoaudióloga Patrícia Cotta Mancini, da Universidade Federal de Minas Gerais.

Desligar o aparelho a cada hora de exposição também ajuda. Escute: ninguém precisa abrir mão da trilha sonora para embalar o dia a dia. Mas é essencial zelar pelos ouvidos. Só assim eles continuarão a postos para apreciar os novos estilos e artistas que vão entrar na moda.

Para além da audição

O zumbido gera outras sérias repercussões

Instabilidade emocional

O apitinho chato é considerado o terceiro pior sintoma para o ser humano. Por isso, pode alterar o equilíbrio emocional do indivíduo, gerando ansiedade e depressão.

Dificuldade para dormir

No silêncio da noite, sem a concorrência da barulheira externa (como a do trânsito), o zumbido parece se intensificar. Resultado: pegar no sono vira um verdadeiro desafio.

Perda de concentração

Em locais tranquilos, como escritórios e salas de aula, o zunido é percebido de forma mais nítida, o que pode prejudicar a concentração na leitura e em atividades profissionais.

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